segunda-feira, 19 de maio de 2008

A dor do Parto...

Um texto pra refletir.
Fonte: http://www.partodoprincipio.com.br/conteudo.php?src=prazer&ext=html

Das Dor
O porquê da dor

A gente pode dissecar a questão da dor (do parto) de infinitos modos, pois não se trata de uma grandeza absoluta, não mede xis unidades de qualquer coisa. Ela é relativa, e a múltiplos fatores combinados entre si, físicos e psíquicos, conscientes e inconscientes, e a combinação de todos eles produz a percepção psico-física dentro de limiares individuais.

Na nossa cultura, o parto é na grande maior parte das vezes vivenciado e relatado como um evento em que está presente uma dor que beira o insuportável. Será necessário que seja assim? Vejamos...

Primeiramente há o aspecto evolutivo. O parto humano é o que apresenta a relação céfalo- pélvica mais estreita da natureza. Um dia resolvemos descer das árvores e caminhar sobre duas pernas. Outro dia resolvemos engrossar nossa camada de neo-córtex cerebral: resultamos bípedes e cabeçudos, porque somos metidos a não ser bestas. E na hora de parir nossos filhotes, os processos musculares de contração das paredes e dilatação do colo uterino, mais os movimentos do bebê empurrando-se para fora ocorrem sem folga de espaço, e as sensações fortes* que esses processos produzem podem ser interpretados como “dor”, e potencializados em sensações ainda mais dolorosas se houver medo, insegurança, ou ação de hormônios artificiais como se costuma aplicar através de soro às mulheres em trabalho de parto com o objetivo de acelerar o processo, atingindo níveis de fato insuportáveis. Em "Correntes da Vida", o psicoterapeuta inglês David Boadella** descreve o comportamento uterino em trabalho de parto quando a mãe sente qualquer tipo de medo – consciente ou inconsciente:
“(...) o útero tenta fazer duas coisas antagônicas ao mesmo tempo: tenta abrir-se, sob a influência do relógio biológico que atua através do hormônio que prepara o caminho para o bebê nascer; e, simultaneamente, tenta manter-se fechado, sob a influência dos nervos simpáticos, trazidos à ação pelo medo. É como se alguém quisesse dobrar e esticar o braço ao mesmo tempo; o braço teria um espasmo, que causaria dor. isso é exatamente o que acontece com o útero de uma mãe que é incapaz de relaxar e que está condicionada a sentir dor.”

Mas por que a mulher está condicionada a sentir dor? Um dos motivos é o arquétipo do parto doloroso em conseqüência do pecado original, como reza nossa cultura judaico-cristã. Ao expulsar Adão e Eva do Paraíso por terem provado do fruto do Conhecimento, o Criador lhes diz: “Multiplicarei sobremodo os sofrimentos da tua gravidez; em meio de dores darás à luz filhos” (Gênesis 3:16). Ora, como não sentir dor se o próprio Deus a determina? O arquétipo do parto como sofrimento foi literalmente in-corporado baixo a quase 6.000 anos de crença.

Outro aspecto importante, é o caráter fisiológico do parto. Esta noção não faz parte do senso comum: de que o ato de parir (assim como gestar e amamentar) é tão fisiológico e saudável quanto respirar, digerir, filtrar o sangue, pensar, absorver nutrientes, excretar, chorar, ouvir, enxergar, fazer sexo, fazer amor. Mas na nossa cultura, uma mulher grávida é vista como alguém sob risco potencial e iminente, o parto é visto como um evento necessariamente hospitalar e na maioria das vezes, cirúrgico. Ao transformar um evento potencialmente saudável em necessariamente patológico, a dor encontra campo fértil para ser identificada como tal. Está aí um dos fatores que levam tantas mulheres a sentir pavor pelo parto normal.

A dor tida por alucinante pode ser percebida como lidável quando a mulher, em primeiro lugar subtrai-lhe a parcela da dor propriamente dita, advinda do medo e da insegurança; o restante das sensações, ela pode converter em sensações lidáveis ao aceitar a natureza do seu corpo, aceitar as sensações do trabalho de parto não como alguma coisa a vencer, contra as quais se deve lutar - porque elas não resultam de uma patologia, não sinalizam alguma coisa que está errada, como uma fratura ou queimadura, por exemplo. Não. Essa sensação é uma aliada que sinaliza o processo fisiológico do parto, levando a mulher a fazer força, ou a se contorcer, a gemer, a acocorar-se ou a procurar a banheira, e entre as contrações as sensações atenuam, como ondas***, e você pode relaxar. As sensações intensas levam ao transe, e esse transe tem que ser aproveitado, ele faz parte. Você não precisa de anestésicos, ordem pra fazer força, fórceps. Você precisa apenas de liberdade para vivenciar seu parto.

O parto é você, é o seu corpo em plena atividade, e você não deveria deixar esta parte de você ser subtraída por uma conveniência que vem de fora. Existem séculos de uma cultura desfeminilizante costurando essa rede em que se cai tão facilmente, como eu mesma caí nos meus partos. Não é a mulher que precisa da anestesia, são os outros que precisam do conforto de uma mulher parindo quietinha.

E há outro aspecto que eu acho muito interessante que é a coisa do ritual de passagem. Nós cultivamos algumas manifestações externas de rituais, como casamentos, batizados, bar-mitzvahs, aniversários, festas da primavera, e essas festas refletem a nossa necessidade humana de marcar as passagens das fases, de criança inimputável para o adulto responsável, da vida individual para a vida em família, de um período de dureza para outro de fartura, enfim, quando passamos de uma fase para outra sem essa marca fica faltando alguma coisa. Tive um tio que foi tratado com hormônios nos anos 40 para acelerar seu crescimento.
Na verdade ele foi cobaia das primeiras experimentações com hormônios no Brasil. De um dia para o outro ganhou pelos pelo corpo, engrossou a voz, a adolescência que deveria prepará-lo vagarosamente para a idade adulta veio num turbilhão que ele não deu conta e ninguém à volta dele compreendeu. Ele enlouqueceu.

Assim é com o parto. Quando se tenta ao máximo passar por ele como se nada tivesse acontecido - e o ápice disso é a cesárea eletiva, está-se pulando um ritual fundamental para o início da maternidade. E o efeito cascata começa: dificuldade de estabelecer vínculo com o bebê, depressão pós-parto, "falta" de leite, intolerância ao comportamento do bebê. O parto normal cheio de intervenções, do qual se diz "ah, foi uma beleza, não senti na-da!!! fiquei ali, conversando, e em xis (poucas) horas o bebê nasceu!!" não é muito menos maquiagem da passagem. Sim, "de repente" o bebê estava ali. E ela não precisou fazer nada. Inicia-se a maternidade com a sensação de que "não é preciso fazer nada" para ser mãe. E começa a transferência de responsabilidade... impulsionada pela sensação inconsciente de que a maternidade moderna NÃO PODE ser trabalhosa. E esse caráter trabalhoso que a maternidade efetivamente tem, não é, como nossa sociedade acredita, um sofrimento, um castigo do qual devemos nos livrar. Ao contrário, ela contém o extremo prazer que sentem as pessoas que superam desafios, convivendo com as mudanças no corpo e na vida pelo prazer que isso traz, em oposição à compulsão de querer lutar contra as mudanças irreversíveis promovidas pela chegada dos filhos.

O processo do parto vem sendo aprimorado há milhões de anos (ou milhares, depende do critério), e a humanidade definitivamente não aperfeiçoou este processo agregando-lhe tecnologia, apenas o corrompeu. Anestesia, ocitocina na veia, posição horizontal, raspagens, submissão a alguém como dono do parto, kristeller, amniotomia, episiotomia, tudo isso num trabalho de parto que está transcorrendo sem intercorrências, não é evolução: é perversão. Das grossas.
Você e seu bebê não precisam de mais nada além dos seus corpos com seus hormônios para permitir o nascimento.

Precisamos desconstruir o conceito de parto doloroso, e compreender e desejar e conquistar o parto prazeroso, não importa quão trabalhoso ele possa ser. Não se deixem levar pela inércia do sistema obstétrico vigente, que inadvertidamente vampiriza a força, a beleza e a vida que mãe e bebê protagonizam no ato de parir e nascer.

* definição da Éllade França
** contribuição da Anita Cione
*** definição de Michel Odent

Roselene Nogueira
Mãe de Heloisa, Beatriz e Isabela (3 partos normais hospitalares) e arquiteta

Postado por Naomi na G1F

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Funchicória? Não, obrigada!

Funchicória? Não, obrigada!
Por que não devemos dar funchicória pros nossos bebês?

Vou colar três textos sobre o assunto:

1º texto:

O pózinho parece ser tão mágico, mas olha só: o açúcar exacerbado de sua fórmula 'queima' as papilas gustativas sensíveis dos bebês e pode prejudicar a amamentação, pois o leite materno não é tão doce assim.
A funchicórea contém a sacarina (ainda mais deletéria do que a sacarose, visto que é um produto 100% ARTIFICIAL, sintético) extraído do petróleo e que deixa resíduo amargo ao paladar, chega a ser 550 vezes mais doce que o açúcar!

Imagino isso na boca do bebê e depois como ele pode estranhar ao mamar porque o LM não é tão doce assim.

Além disso, é oferecido na chupeta, isso pode prejudicar o sucesso da amamentação se for oferecido muito no início (sim, existem controvérsias e muitas de vocês vão até discordar)

Outro fator angustiante é que ele NÃO É eliminado do organismo em associação ao ciclamato e existem evidências científicas de serem cancerígenos em ratos.

A sacarina está proibida em mais de 70 países, inclusive os EUA. Por quê será?
Até as empresas de refrigerantes estão trocando a sacarina pela sucralose, mesmo sendo mais cara.

2º texto

Sem contar que a comercialização da funchicórea foi proibida pq só um laboratória a fabricava/distribuia o Lab. Malpoejo que está sob intervenção em 6 produtos/medicamento por manipulação de substâncias não autorizadas pelo Ministério da Saúde. VEJA:

http://www.anvisa.gov.br/legis/suplemento/241005_suplemento_1.pdf#search=%22funchicorea%22

3º texto

"Segundo os especialistas, não há qualquer comprovação científica de que os chás ou a popular funchicória tenham eficácia no combate às cólicas. Eles podem até fazer o bebê parar de chorar, mas é porque a atenção dele foi desviada para uma sensação nova no paladar. Esse seria, como dizem os médicos, um efeito placebo. 'No caso da funchicória, o fato de ser doce pode ajudar a acalmar a criança', explica o pediatra Ricardo Toma. Ele ressalta que, de qualquer forma, a indicação de qualquer medicamento para cólicas só pode vir do pediatra."

http://revistacrescer.globo.com/Crescer/0,19125,EFC905345-2215,00.htmlO que fazer quando ele tiver cólica então?
Sugestoes:
Sling
banho
amamentar
massagens
esperar os 3 primeiros meses de vida pasarem!!

Postado por Renata na G1F

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Cinco passos para acalmar o bebê por Dr. Karp.

1. Embrulhar – fazendo um pacotinho do seu filho

Embrulhar firmemente é a base, o primeiro passo para aquietar a criança agitada e mantê-la tranquila. É por isso que culturas tradicionais que vão da Turquia a Tulsa (estou me referindo aos índios americanos) usam esse método para deixar as crianças felizes.

Esse embrulho faz com que seu filho sinta que retornou magicamente ao ventre da mãe e satisfaz a saudade que sente do contato e da compressão contínuos com que estava habituado. Essa etapa por si só não aciona o reflexo calmante, mas impede que o bebê agite os braços, ajudando-o a prestar atenção nas outras etapas que efetivamente vão acalmá-lo.

Muitos bebês agitados resistem ao embrulho. Entretando é um erro achar que essa resistência signifique que eles precisam ficar com as mãos livres. Nada pode estar mais longe da verdade! Recém-nascidos irriquietos não controlam o movimento dos membros, portanto, ter os braços livres pode agitá-los ainda mais.
2. Colocar de lado ou de bruços – a posição em que os bebês se sentem bem
Embrulhar a criança interrompe a série de acrobacias que ela faz com seus pés e braços e que a levam ao choro frenético. Do mesmo modo, colocar a criança na posição lateral ou de bruços impede um outro tipo de estimulação, igualmente perturbadora, porém invisível – o pânico de sentir-se em queda..

Cair era uma ameaça tão séria para nossos ancestrais que os bebês desenvolveram um alarme especial – o reflexo de moro -, que é acionado no momento em que eles têm a sensação de que estão caindo dos braços da mãe.

A maioria dos bebes fica contente se é deitada de costas quando está de bom humor. Entretanto, durante o choro, mante-los nessa posição provoca-lhes uma sensação de queda livre. Isso pode ativar o reflexo de Moro, fazendo com que se movimentem e gritem.
 
As posições lateral ou de bruços acalmam o choro forte do recém-nascido pois “desligam” o reflexo de Moro e, portanto, são consideradas confortáveis para crianças agitadas. Quando chega o momento de colocá-las para dormir, no entanto, a posição de costas é a mais segra para todas as crianças. A menos que seu médico a aconselhe de outro modo, nenhum bebê deve jamais ser posto para dormir de bruços.
3. Fazer shhhhhhhhhh... – o som tranquilizador favorito de seu filho
Acredite ou não, um som de shhhhh...alto e forte é música para os ouvidos de seu filho. Esse ruído o conforta ao imitar o som do sangue correndo pelas artérias, o murmúrio áspero que cercou seu filho durante os nove meses da gravidez. Consequentemente, trata-se de uma parte essencial do quarto trimestre.

Muitas mães acreditam erroneamente que os filhos preferem o som de um riacho correndo ou o sopro distante do vento. Parece contraditório que nossos filhos gostem de um ruído alto; nós com certeza não gostaríamos. Ainda assim os bebes adoram! É por isso que muitos livros recomendam o uso de aparelhos eletrodomésticos com um barulho ensurdecedor para acalmar o berro dos bebês.

Nunca encontrei um bebê irritado que ficasse superestimulado por brincar com esses aparelhos. Pelo contrário, quanto mais alto o choro, mais alto deve ser também o shhhhhhh..., afim de acalma-lo.
 
4. Balançar – “nana neném ...”

Descansar em uma cama macia e inerte pode ser muito atraente para você, mas para seu filho – recém-saído do útero – é desorientador e anormal. Recém nascidos são como marinheiros que chegam à terra firme depois de nove meses no mar; a passagem abrupta para a estabilidade pode enlouquece-los. Por isso esse movimento ritmado, repetitivo e gingado – que eu chamo de balançar – é um dos métodos mais comuns empregados pelos pais para acalmar as crianças. Esse embalo deve ser vigoroso de inicio para aquietar o choro e pode ser suavizado depois, a fim de manter a criança tranqüila.

Antigamente e nas sociedades tradicionais atuais, os bebês são constantemente balançados. Muitas mães do terceiro mundo usam berços ou redes para manter os filhos satisfeitos, e “vestem” seus filhos atados com correias para proporcionar-lhes a sensação tranqüilizadora de cada passo do movimento acompanhado da respiração. Até mesmo na nossa sociedade, pais usam bebê conforto, passeios de carro e voltas no quarteirão na tentativa de aquietar as crianças mais choronas.
5. Sugar – a cobertura do bolo
Agira que seu filho irriquieto começou a se acalmar com as quatro primeiras etapas, ele já está pronto para a quinta e gloriosa fase: sugar. Trata-se da cobertura do “bolo da calma”, pois induz a criança, que já está mais tranqüila, a alcançar um estágio de profunda tranqüilidade.

Obviamente, é mais difícil para seu filho gritar com uma chupeta na boca, mas não é por essa razão que sugar tem um efeito calmante. Na verdade, esse ato afeta o sistema nervoso infantil, aciona o reflexo calmante e libera substâncias naturais no cérebro, que provocam, em questão de minutos, um alto nível de relaxamento e satisfação.

Alguns pais dão aos filhos mamadeiras ou chupetas, mas em qualquer lugar do mundo e em qualquer época, o brinquedo favorito de sucção é o bico do seio da mãe. Como já mencionamos, em algumas sociedades, para tranqüilizar os bebês, as mães oferecem o seio quase cem vezes por dia.
Em resumo, as duas primeiras etapas – embrulhkar e colocar de lado/de bruços – iniciam o processo de apaziguamento ao impedir que braços e pernas se agitem, ao “desligar”o reflexo de Moro e ao ajudar o bebê a se concentrar em você à medida que o reflexo calmante começa a ser ativado. A terceira e quarta etapas – fazer shhhhhhh...e balançar – interrompem o ciclo do choro ao ativar o reflexo calmante e tranqüilizar o sistema nervoso da criança. A quinta etapa – sugar – mantém o reflexo atuando e permite que o bebê consiga relaxar profundamente.

As cinco etapas são recursos fantásticos, mas como qualquer ferramenta, a habilidade de usa-las aumenta com a pratica. Uma vez que o reflexo só funciona se acionado na ordem correta, você vai descobrir que dominar essa técnica antiga é a primeira tarefa importante da maternidade.

Interessante notar que não só os pais melhoram com a pratica, mas também os bebês. Muitos pais percebem que, depois de algumas semanas embrulhando-os com firmeza, os bebês começam a esticar os braços e a se acalmar no instante em que são postos sobre o cobertor. É como se eles dissessem “eu me lembro, eu gosto disso”.

Você pode ler sobre as cinco etapas e pensar: o que há de novo? Esses procedimentos são conhecidos há séculos. E você estaria parcialmente certa. As etapas em si não são novas; a novidade, entretanto, são os dois conceitos essenciais que as tornam realmente eficazes: o vigor e a combinação entre elas.
Postado por Naomi em G1F - 12/05/08.