terça-feira, 29 de junho de 2010

Ser mãe é.... ouvir palpites!

"Quando nasce um bebê, nasce uma mãe... e uma legião de palpiteiros!" Já dizia uma amiga...

Começam quando você conta que está grávida: "devem ser dois...", "você está comendo pouco..."
No final da gravidez te enlouquecem: "sua barriga tá baixa...", "ainda não nasceu?"
E quando você conta que vai ter parto normal? "Você é louca? A medicina evoluiu tanto..."
Então o bebê nasce e você pensa que acabou? Nããããooooooooooo...
"Ele está com fome, melhor dar mamadeira", "cólicas? Chazinho melhora que é uma beleza", "dormindo na sua cama? Só vai sair com 10 anos..."

Enfim, todo mundo tem um pitaquinho para dar... e você pobre mãe fresca fica lá perdida com aquele bebê chorando e um monte de coisas na cabeça. Olha o peito, olha o bebê, pensa no NAN, pensa no chá, olha pra porta - será que se eu sair correndo ajuda?...
E nesse momento eu tenho um só pitaco para te falar: feche os olhos, respire fundo e busque dentro de você as SUAS respostas. Sim... porque a resposta da Marla, da Joana, você tem... mas as SUAS respostas, aquelas que irão guiar o desenvolvimento do SEU filho, só você tem.
Agarre as rédeas e vá para onde o seu instinto materno te levar, tome as suas próprias decisões (nem que para isso tenha que ouvir uma meia dúzia de pessoas e ler uns 30 tópicos)! Isso faz um bem danado pra gente! Faz a gente ir de formiguinha a leoa!

Minha sogra foi super solícita quando Pietro nasceu, ficou em casa comigo por 3 dias... eu apesar de extremamente agradecida, no quarto dia recusei solenemente e fiquei em paz, eu e meu filhote, ufa! E olha que ela nem palpitava.... mas eu queria chorar se tivesse vontade, dormir se tivesse vontade... eu precisava de espaço! Agora sei que no próximo sou eu e marido e Pietro e só... a gente aprende com o instinto materno...

Outro dia Pietro estava com tosse, e foi um festival de "leva no médico", "dá mel com gengibre" e outros blablablas. E eu repetia, repetia e repetia que levar no médico sem febre não precisa, que criança que parece bem está bem, que a inalação resolveria.... e? Resolveu! Sabe pq? Pq eu conheço o meu filho melhor que ninguém e meu coração estava calmo, dizia que era apenas a mudança do tempo, e eu me ouvi e não desesperei.

Estes são apenas episódios que exemplificam que livrar-se dos palpites é essencial, ouvir seu instinto tb e opiniões são sempre bem vindas quando solicitadas!

terça-feira, 15 de junho de 2010

E eu que não amamentei...aiaiaia...

Pegando carona no post da Quel... vou contar a minha história...

No dia em íamos ter alta na maternidade, era um sábado... o maldito pediatra de plantão demorou a passar a visita - nos outros dias ele havia passado no máximo as 8 horas, naquele dia eram mais de 9 e nada... e eu estava lá como leoa na jaula, de olho grudado no meu filho que estava no berçário aguardando o maldito pedi. Quando vi meu filho começar a chorar pelo vidro, eu pedi (ou ordenei?) a enfermeira que colocasse uma roupa nele e desse ele para mim! Gritei, chorei enfim... escândalos bem típicos de mim mesma...kkk nesse meio tempo a GO que ia me dar alta apareceu e buscou me acalmar, ela vinha junto com o pedi, ufa! Ela disse: venha, vou te examinar, nesse tempo ele olha o Pietro e logo ele vai pro quarto... olhei pro Pietro, não estava mais chorando, ok... me acalmei e fui pro quarto. Quando a enfermeira veio trazê-lo, a médica perguntou: ele está de alta né?! E a enfermeira: Não!

Ah, mulekeeeeeeeeeee... meu mundo caiu... desabei a chorar.. eu só pedia para a médica: sem ele eu não saio daqui!! E ela dizia, calma... vou resolver, calma...

2 longos e enormes minutos depois, a GO volta e conta que o pedi (sim, o maldito) se enganou...

ufa! enfim... entre mortos e feridos, salvaram-se todos e fomos pra casa.

Conto esse episódio pq eu acho que a minha "falta de leite" pode ter começado aí... um ocorrido de stress, enfim... chegamos em casa e o Pietro não dormiu mais! Por 24 horas ele mamava, mamava e mamava... cochilava por 5 minutos no máximo e mamava, mais e mais...
nos intervalos eu tentava ver se tinha leite e não saía nada... até que na madrugada ele passou a chorar sem parar fosse no peito, fosse no colo.... chorava, chorava...
e eu num momento de desespero, de pensar no meu filho tão novinho, enfrentando tanta coisa e ainda com fome... não me aguentei: vai na farmácia e compra NAN!

Desisti fácil? Talvez... hoje eu até acho que sim... mas naquela hora, naquele momento era o meu limite... o limite da família... ver meu filho chorando por horas a fio, eu não consegui... o fato é que com o NAN ele dormiu, 2 horas e pouco... depois acordou e foi pro peito... e fui complementando com NAN, sem deixar de amamentar nem que fosse um pouco...

Não acho que fiz O certo... mas digo que fiz o MEU certo.. fiz o que eu pudia para amamentar nem que fosse um pouco - chá, canjica, homeopatia, remédios... e amamentei até os 4 meses quando fui trabalhar - onde eu sabia que não teria tempo para ordenhar e o que ele mamava era tão pouco.. pena...

Hoje eu milito para divulgar a mulheres que como eu, podem um dia chegar no seu limite, que vale ter mais calma, mais preseverança, mais fé em si... vale insistir, vale amamentar sim!! Eu adoraria ter hoje o Pietro mamando, deve ser uma delícia! para os dois... quisera eu! Mas no próximo eu consigo... ah, consigo!!

Apesar disso graças a Deus e aos meus cuidados Pietro é uma criança extremamenta saudável, nunca ficou realmente doente e dificilmente pega gripinhas ou outra coisa... mas sei o pouco do meu leite que eu dei a ele contribuiu para isso... AMAMENTEM MENINAS!

É um ato de amor, perseverança... que vale a pena!!

Amamentação prolongada: o desmame e a desforra.

Na Foto: Apaixonada mamãe e Saroca mamando na festinha de 1 aninho.

Ponderando sobre o que escreveria nesse monoto finalzinho de tarde pós jogo do Brasil lembrei de quando amamentava minha prole...

Vencidos os 6 meses de amamentação exclusiva, segui batalhando com o mundo. É difícil entender como o mundo se ofende com a amamentação: Pediatra, mãe, avó, desconhecidos. Tive apoio mesmo foi de minha sogra e do marido, mas enfim, o mais difícil tem sempre um gosto melhor!
Confesso que sempre foi muito cômodo, levar o tetê pendurado é muito mais fácil que carregar pote de leite, mamadeira, esterelizar, lavar, secar, esquentar. E depois, quando sobra? Lixo!

Pois sim, sempre foi muito mais cômodo sacar o tetê em qualquer lugar, acomodar no Sling e deixá-la mamar com privacidade, como uma boa mamífera e adepta a amamentação.

Doamos leite sim, a uti tocou meu coração em se tratando da doação de leite materno, foi simples e o leite era suficiente para estocar, doar e amamentar. Lógico que para isso tive o suporte de uma bomba de ordenha elétrica que valeu cada centavo gasto.

Enfrentamos empedramentos quando, após um ano, voltei ao trabalho, mas vencemos e nos adaptamos, ficaram a mamada da manhã, a depois do jantar e as mamadas noturnas que eram eternas. Já mal acordava, e nesse ponto preciso confessar também que a cama compartilhada me ajudou muito. Ela mamava e eu dormia.

Mamava assim, deitada, largada, enchia a barriguinha e quando satisfeita dava as costas para mim e continuava a dormir. De fato essas mamadas noturnas compensavam a minha falta do dia, e analisando agora acredito que me sentia menos culpada dessa forma.

Tiradas as mamadas do dia, diminuíram-se as mamadas da noite. Final de semana era comida zero!!!!! A mãe por perto sempre foi sinônimo de mama. E posso, por assim dizer que até hoje, com quase dois anos e desmamada há 5 meses, continuamos na mesma ladainha sempre que me vê ela quer leite, mesmo sendo na mamadeira. Bom, mas manhas a parte, voltemos ao desmame... foi gradual até que por fim, minha mãe achou por bem me desmamar. Ah Sim, porque a desmamada fui eu não Saroca.

Foi triste, foi infinito, doeu, chorei e até hoje sinto falta. Sinto saudade daquele olhar que era só meu, do momento em que somente eu podia suprir a necessidade daquela bebê. Mas aconteceu!


Para ela, foi simples. Alguns dias reclamando. A primeira semana foi mais complicada. A segunda ela só pedia ao me ver sem roupa, e logo esqueceu. E Passou! Assim como todas aquelas fases gostosas, que pareciam infinitas, acabou-se! Amamentei por 1 ano e 6 meses, amei cada segundo, cada madrugada, cada mamada.

Hoje, saudosa me orgulho de ter insistido, passamos ilesas a resfriados, invernos e tudo mais.

Ela foi prematura, mas tem a saúde de ferro, graças ao Senhor Jesus que me deu muito, muito e muito leite materno!!