sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Peso na gravidez

Você já viu fotos da sua mãe quando ela estava grávida? Se você nasceu antes da década de 1990, ela, provavelmente, ganhou entre 20 e 30 quilos. Tal aumento, há alguns anos, era natural. Mas, atualmente, já se sabe que para oferecer todos os nutrientes necessários ao bebê não é preciso engordar tanto –e nem é saudável. Porém, exagerar nos esforços para não ganhar peso pode ser tão perigoso quanto engordar demais.

"A maioria das mulheres começa a gestação bem preocupada com o peso e pedindo para ganhar o mínimo possível", diz Marle Alvarenga, professora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP. Para o psicólogo Alberto Olavo Advincula Reis, a maternidade não ocupa mais um lugar tão importante na sociedade. "Hoje, a gravidez aparece como algo que não deve atrapalhar a vida profissional e pessoal ou o físico da mulher. Ela olha para si, e não só para o bebê", explica ele, que é coordenador do Laboratório de Saúde Mental Coletiva do Departamento de Saúde Materno-Infantil da Faculdade de Saúde Pública da USP.

As mulheres famosas mostram bem essa realidade. Presenças constantes (e magras) na televisão, no cinema e em revistas, elas são alvos de paparazzi –que não perdoam as gordurinhas, nem logo após a gravidez. Para não perderem a boa forma, muitas celebridades apostam em ganhar pouquíssimo peso durante a gestação. E, se os quilos foram inevitáveis, somem por algumas semanas e ressurgem surpreendentemente magras, desafiando as mulheres a conseguir o mesmo feito.

Mommyrexia

Gestantes extremamente preocupadas com a magreza iniciam uma tendência, chamada na mídia internacional de "mommyrexia", ou uma espécie de "anorexia da mamãe" (mas que não se refere só a mulheres com um transtorno alimentar). O termo popular é o que já foi estudado antes na área científica com a alcunha de "pregorexia". "Chamar a mulher de ‘mamoréxica’ carrega uma visão conservadora diante das mudanças sociais, de quem aceita pouco a autonomia feminina. No nosso inconsciente, há um conflito entre o maternal e o sensual. Quando ela se preocupa com a sensualidade nessa fase, passa a ser taxada de maneira patológica", diz Alberto.

Com preconceito ou não, a "mommyrexia" revela uma preocupação que está cada vez mais presente entre as gestantes –especialmente as de classes mais abastadas, acredita Julio Bernardi, obstetra e ginecologista da Maternidade Pro Matre, do Grupo Santa Joana. Mas esse comportamento não se limita às classes A e B. "Já observamos na rede pública de saúde essa preocupação excessiva com o ganho de peso. Muitas mulheres, ao final da gestação, restringem muito o seu consumo alimentar, para não ganhar mais quilos. E é justamente no último trimestre da gestação que ocorre o maior ganho de peso do bebê", diz Macarena Urrestarazu Devincenzi, doutora em nutrição e professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

E é nesse ponto que a influência das famosas pode se tornar nociva. "A exigência de magreza e as alterações da gestação facilitam o aparecimento de preocupações obsessivas e desmedidas. Mesmo que algumas mulheres tenham maior predisposição a apresentar transtornos alimentares, os exemplos dessas personalidades só trazem efeitos negativos. As mulheres comuns, com ganho de peso normal e que não perdem tudo em uma semana, sentem-se inferiores, se comparadas às celebridades, que aparecem de biquíni um mês depois, com a barriga chapada”, explica Marle.

Peso ideal

Para conseguir uma dieta saudável, a grávida não deve ficar tão atenta às calorias, mas, sim, aos nutrientes, cuja necessidade é maior durante a gestação. Segundo Macarena Devincenzi, o aumento de peso depende da condição inicial da gestante. "Uma mulher que começa a gestação com estado nutricional adequado (IMC entre 18,5 e 25) deve ganhar entre 11 e 16 kg, no total. Para mulheres obesas, o ganho total é de 7 kg; para as com baixo peso pré-gestacional, de 12 a 18 kg”, explica a doutora em nutrição. Para manter a saúde de mãe e filho na linha, a grávida deve fazer o pré-natal. O ideal é que o acompanhamento interdisciplinar (com obstetras, ginecologistas, nutricionistas e psicólogos) consiga identificar e aconselhar as mães que estejam preocupadas demais com os quilinhos extras.

É normal ganhar peso

Para não cair na obsessão pela magreza, a mulher precisa ter consciência do inevitável: "A gestação é um período em que, necessariamente, há ganho de peso, relacionado aos ajustes que ocorrem em seu organismo”, esclarece Macarena. Sem contar os quilos do bebê, que aumentam ainda mais o susto na balança.

A mãe precisa ter em mente que sua saúde e a de seu filho devem ser preservadas. Com uma dieta de poucas calorias, o bebê pode não ter o desenvolvimento adequado e há mais risco de mortalidade ao nascer. Em caso de desnutrição extrema, pode haver morte uterina, aborto e má formação fetal. Já a mãe pode facilmente ficar anêmica e ter outras deficiências nutricionais, pois o bebê absorve toda a energia possível dela. Isso pode levar a complicações no parto.

Os danos da baixa nutrição ainda parecem difíceis de mensurar? "A obsessão pela magreza durante a gravidez deixa a mulher como nos casos de quem não tem acesso à comida. Essa realidade está quase no mesmo extremo de quem abusa de álcool ou drogas", diz Julio.

http://estilo.uol.com.br/comportamento/ultimas-noticias/2011/11/10/gravidas-preocupadas-com-o-peso-devem-ter-cuidado-para-magreza-nao-virar-obsessao.htm
 
Postado por Gal + Paulo = Eduarda em G1F

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Aliviando a cólica do bebê

Cuidados simples podem amenizar o problema

20 passos para aliviar a cólica do bebê

A massagem pode aliviar a intensidade da cólica. A melhor forma é sobre o trocador e fazendo toques calorosos e seguros.

A massagem ajuda o bebê a dormir e mamar melhor, além de trabalhar o vínculo familiar.

Quem estabele a sequência e o número de movimentos são os pais.
Massagem no rosto

Coloque uma gotinha de óleo na palma da mão e molhe os dedos polegares.


1° passo: comece pelo rosto. O movimento é da testa para as têmporas. Com as digitais dos dedos faça movimentos circulares.

2° passo: faça movimentos da testa para as bochechas.

3° passo: coloque os dedos nas laterais do nariz, suba e desça os polegares. Após, faça movimentos circulares ao redor dos seios da face.

4° passo: deslize os dedos sobre a sobrancelha, a região do bigodinho e do lábio inferior.

5° passo: tape o rosto com suas mãos e abra escorregando as mãos por trás da cabeça, das orelhas e do pescoço. Finalize com toques circulares no queixo.
Massagem no tórax e nos braços

Pingue duas gotas de óleo nas mãos e as esfregue

6° passo: deslize as mãos do tórax , passe pelas dobras do pescoço, ombros e diafragma.

7° passo: faça um xis com as duas mãos. Vai de um ombro para uma costela.

8° passo: deslize as mãos do tórax , passe pelas dobras do pescoço, ombros ate´ o final dos braços.

9° passo: passe uma das mãos pelo lado de dentro do braço do bebê e depois pelo lado de fora do bracinho.

10° passo: com a mão direita faz a torção no braço até o dorso da mão.

11° passo: use o polegar para fazer movimentos circulares na palma da mão do bebê.

12° passo: esfregue as suas mãos no braço do neném

Quando terminar, cubra a parte de cima do bebê para que ele não sinta frio.
Massagem na barriga

Tire a calça e deixe-o de fralda.

13°passo: com a mão esquerda abaixe a fralda e segure as pernas para que o bebê não faça muitos movimentos. Com a mão direita, deslize sobre o diafragma até o ponto umbilical.

14° passo: flexione as pernas do bebê até o abdômen e retorne.
Massagem nas pernas

15° passo: escorregue a mão pela parte interna da perninha, da virilha para o tornozelo. A mão externa passa pela coxa até o tornozelo.

16° passo: com a mão direita faz a torção por toda a perna.

17° passo: faça movimentos circulares na planta do pé e nos dedos.

18° passo: esfregue as suas mãos na perna do neném
Massagem nas costas

Vire o bebê de bruços.

19° passo: pingue duas gotas de óleo e faça movimentos com as mãos de vai e vém. Do início das costas até o bumbum.

20° passo: deslize as mãos pelo corpo do bebê até o final da perninha. Termine a massagem com um leve chacoalhão nas costas.



Postado por Rose*Lisa*Sarah Domingues - em G1F - orkut 10/10/2011

O que acontece no primeiro mês de vida do seu bebê


Por dentro do que acontece no primeiro mês de vida do seu bebê

Entender cada etapa é fundamental para não se preocupar sem necessidade

Quando o bebê nasce, seu peso inicial inclui o excesso de fluido corporal que ele perderá durante os primeiros dias de vida. Essa perda corresponde, em geral, a cerca de um décimo do seu peso durante os primeiros cinco dias de vida e será recuperada entre o quinto e o décimo dia a partir de seu nascimento. Depois dessa etapa, a maioria dos bebês cresce rapidamente.


Os bebês que nascem de parto normal às vezes ficam com a cabeça um pouco menos arredondada, mas essa aparência logo volta ao normal. Eles também podem apresentar manchas no couro cabeludo ou inchaço nas pálpebras, decorrentes do parto, mas isso tudo tende a desaparecer após as primeiras duas semanas de vida.

Outra ocorrência muito comum é a acne. Os pequenos pontos costumam aparecer na face entre a quarta e a quinta semana de vida. Eles surgem devido à estimulação das glândulas sebáceas da pele pelos hormônios que passaram pela placenta durante a gravidez.

A pele do recém-nascido também pode parecer manchada em alguns momentos, com coloração variando de rosada até meio azulada. As mãos e pés, particularmente, podem ficar frios e mais azulados do que as demais partes do corpo. Por isso, é importante vesti-lo apropriadamente: quentinho quando está frio e com roupas mais leves no calor.
 
Reflexos

A maior parte das atividades que o bebê fará nas primeiras semanas de vida são puramente reflexos. Por exemplo, quando você põe o seu dedo na boca do bebê, ele não "pensa" no que fazer, mas começa a chupá-lo por puro reflexo. O bebê já nasce com estas "respostas automáticas". Algumas delas o acompanham por alguns meses, outras somem em algumas semanas. Embora você possa pensar que o seu bebê é completamente indefeso, ele, na realidade, tem vários reflexos de defesa própria
 
Estados de consciência

Existem seis estados de consciência por meio dos quais o bebê passa várias vezes ao longo do dia. Dois deles são durante o sono. Os demais acontecem enquanto está acordado.

O estado um é o sono profundo, quando o bebê descansa quieto e sem se mover. Se você agitar um chocalho em seu ouvido ele talvez se mexa um pouco, mas não muito. Já durante um sono mais leve, no estado dois, o mesmo chocalho deverá ser suficiente para acordá-lo. Durante este sono mais leve você também poderá observar rápidos movimentos dos olhos sob as pálpebras fechadas. O bebê alternará estes dois estados do sono, experimentando ambos ciclicamente até um determinado momento.

Quando o bebê acorda ou começa a dormir, ele passa para o estado três, de sonolência. Os olhos começam a girar sob as pálpebras semicerradas, ele pode esticar braços e pernas para se espreguiçar e também bocejar. Quando despertar completamente, ele passa para um dos três estados restantes.

No estado quatro ele estará desperto, feliz e alerta, mas relativamente preguiçoso. No estado cinco ele estará alerta, feliz e muito ativo. Já no estado seis, ele poderá chorar e se debater.


Conforme o sistema nervoso do bebê vai se desenvolvendo, ele demonstrará certos padrões de comportamento, como chorar, dormir, comer e brincar, de tal forma que você saberá como ele costuma se comportar ao longo do dia. Ele ainda necessitará se alimentar a cada três ou quatro horas, mas, ao término do primeiro mês, ele ficará acordado por períodos mais longos durante o dia e permanecerá mais atento nestes períodos.
 
Cólicas

O seu bebê costuma ter certos períodos do dia em que fica extremamente irritado e chorão? Se sim, saiba que isso é extremamente comum, principalmente entre 18 e 24h. Geralmente, os períodos de cólicas mais intensas duram cerca de três horas por dia durante umas seis semanas e depois diminuem para cerca de uma ou duas horas por dia por três meses.

Se o choro não parar, mas, pelo contrário, se intensificar e persistir através do dia ou da noite, ele pode ser consequência de uma cólica. Cerca de um quinto dos bebês desenvolvem cólicas. Algumas vezes, em bebês alimentados com leite materno, as cólicas são sinais da sensibilidade do bebê ao tipo de alimento ingerido pela mãe.
 
Movimentos

Nas duas primeiras semanas de vida, o bebê faz movimentos "aos trancos". É normal o queixo e as mãozinhas tremerem. Ao final do primeiro mês, quando o sistema nervoso se torna mais maduro e o controle sobre os músculos aumenta, os tremores ficam menos intensos e o bebê passa a fazer movimentos com os braços e pernas como se estivesse andando de bicicleta.

Os músculos do pescoço também se desenvolvem rapidamente, fazendo com que tenha maior controle sobre os movimentos da cabeça. Contudo, ele ainda não será capaz de manter a cabeça firmemente antes dos três meses. Os movimentos dos dedos das mãos são ainda limitados e o bebê permanecerá com as mãozinhas fechadas quase o tempo todo.

Visão

A visão do bebê muda bastante durante o primeiro mês. Ele gosta de olhar objetos posicionados entre 20 e 40 centímetros de distância dos seus olhos, mas ao término do primeiro mês ele será capaz de focalizar objetos a 90 centímetros. Ao mesmo tempo, ele aprenderá a seguir objetos em movimento. Ele se sentirá muito atraído por desenhos contrastantes, como figuras em preto e branco de listras, desenhos de xadrez e simples desenhos de rostos, sem muitos detalhes.
 
Audição

Durante o primeiro mês, o bebê presta muita atenção a vozes humanas, especialmente as que falam num tom suave e em "linguagem de bebê". Ele é sensível a diferentes níveis de ruído e não gosta de lugares barulhentos. Nesta idade, além de já ouvir bem, ele pode até se lembrar de sons que ouvia ainda durante a gravidez, como músicas suaves que a mãe escutava. Procure não expor o bebê a sons muito altos. Fale delicadamente com ele e, se for escutar música perto dele, prefira as de melodia mais suave.

Chupetas

Ao contrário do que muita gente diz, chupetas não causam nenhum problema médico ou psicológico. Se o bebê sentir necessidade de sugar algo além das mamadas, a chupeta irá satisfazê-lo. Mas nunca substitua ou atrase uma mamada oferecendo a chupeta no lugar. Dê a chupeta depois ou entre as mamadas, quando você tiver certeza de que o bebê não tem fome.

Lembre-se de que a chupeta deve ser usada em benefício do bebê e não para conveniência dos pais. Deixe o bebê decidir se quer usá-la ou não. Até o bebê completar seis meses, as chupetas devem ser lavadas e esterilizadas frequentemente, para não expor a criança, que ainda tem o sistema imunológico imaturo, a riscos desnecessários de contrair infecções. Depois disso, o risco de contrair infecções através da chupeta é mínimo, então basta lavar com sabão e enxaguar com água potável.

Por fim, nunca prenda a chupeta com uma fita ou cordão ao redor do pescoço do bebê. Isso pode dificultar a respiração ou sufocá-lo.
 
Na hora de dormir

Algumas mães têm medo de colocar o bebê de barriga para cima ao dormir, pois temem que ele possa regurgitar ou vomitar durante o sono. Entretanto, não há nenhuma evidência de que colocar o bebê de barriga para cima possa fazer com que ele venha a se sufocar. Ao contrário, o bebê de barriga para cima ou de lado está nas posições mais seguras durante o sono. Ao colocar o bebê para tirar uma soneca durante o dia ou para dormir de noite, posicione-o de barriga para cima ou de lado, com o braço inferior perpendicular - e não paralelo - ao corpo, para evitar que o bebê role e acabe ficando de bruços.



Postado por Rose*Lisa*Sarah Domingues - 10/10/2011 - em G1F - orkut

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Tabela de Sono dos Bebês

Notas do livro “Healthy Sleep Habits, Happy Child”, de Mark Weissbluth, MD


Recém-nascido: 1 Semana
- Bebê dorme bastante, 15-18 horas/dia
- Geralmente em intervalos de 2-4 horas
- Não há padrão de sono

2 a 4 semanas
- Sem tabela de horários, permita que o bebê durma quando precisa
- Bebê provavelmente não dormirá por periodos longos à noite
- O maior período pode ser de 3-4 horas

5 a 8 semanas
- Bebê está mais interessado em brinquedos e objetos
- O maior período de sono começa a aparecer regularmente nas primeiras horas da noite
- O período mais longo é de 4-6 horas (menos se tem cólicas)
- O bebê "fácil" tem períodos mais regulares
- Ponha-o para dormir aos primeiros sinais de cansaço
- Ponha-o pra dormir: não mais que 2 horas acordado
- Após acordar pela manhã já está pronto para soneca somente 1 hora depois
- O bebê vai se distrair mais facilmente, então precisa de um lugar quieto pra dormir
- Crie uma rotina de atividades que acontecem antes de cada soneca e da hora de dormir à noite
- Sinais de extrema fadiga: irritável, puxa o próprio cabelo, bate na própria orelha

3 a 4 meses
- A necessidade é maior de um lugar calmo e quieto para dormir, pois o bebê se distrai mais facilmente
- Não deixar o bebê acordado por mais de 2 horas (alguns agüentam somente 1 hora)
- 6 semanas de vida é quando o período de sono mais longo deve ser preferencialmente à noite (não de dia)
- O maior período de sono é somente de 4-6 horas
- Comece a colocar o bebê para dormir antes dele começar a ficar irritado ou sonolento


4 a 8 meses
- O sono do bebê se torna mais como o do adulto, com período inicial de não-REM
- A maoria acorda entre 7 da manhã, mas geralmente entre 6-8.
- Se o bebê acordar antes das 6 é bom colocar para dormir após mamar e trocar a fralda
- Não é possível mudar a hora que o bebê acorda de manhã colocando-o para dormir mais tarde
- Comidas sólidas antes de dormir tambem não resultam em acordar mais tarde
- O período acordado de manhã deve ser de cerca de 2 horas para bebê de 4 meses e 3 horas para bebês de 8 meses
- Então a soneca da manhã é por volta das 9 horas para a maioria
- Tenha um período tranqüilo e quieto, parte da rotina de dormir, com duração máxima de 30 minutos. Essa rotina deve começar 30 minutos ANTES do fim do período que o bebê fica acordado
- Um soneca só é restauradora se é de 1 hora ou mais, algumas vezes 40-45 minutos conta, mas 1 hora ou mais é o ideal
- Conte com outra soneca após 2-3 horas acordado
- Evite mini-sonecas no carro ou parque
- Não deixe o bebê tirar uma sonequinha para compensar uma soneca perdida
- Se o bebê tira a soneca quando deveria estar acordado, bagunça a rotina acordado/dormindo
- A Segunda soneca é geralmente entre meio-dia e 2 da tarde (antes das 3)
- Deve durar 1-2 horas
- Uma terceira soneca poderá ou não ocorrer, se ocorrer será entre 3-5 da tarde e geralmente bem rápida
- A terceira soneca desaparece por volta dos 9 meses de idade
- A hora de dormir ideal é entre 6-8 da noite, decida pelo quanto a criança está cansada
- Empregue uma rotina antes da cama com a mesma seqüência de eventos toda noite, assim a criança começará a predizer o que vem a seguir, ou seja, o sono
- A criança poderá acordar de 4-6 horas depois para mamar, algumas estarão com fome mas outras vão dormir direto, depende do indivíduo
- Uma Segunda mamada podera’ ocorrer por volta de 4-5 da madrugada,

9 a 12 meses
- A maioria dos bebês dessa idade realmente precisam de 2 sonecas/dia com duração total de 3 horas de sono
- Por o bebê pra dormir à noite mais cedo permitirá que ele durma até mais tarde de manhã (em alguns casos não )
- Rotina usual: acorda às 6-7 da manha, soneca da manhã 9:00, soneca da tarde 1:00 (antes das 3 pra não atrapalhar com o sono da noite), dormir à noite entre 6-8 pm
- Se o bebê que dormia à noite toda começar a acordar, tente antecipar a hora de dormir gradualmente de 20-20 minutos.

12 a 21 meses (1 ano a 1 ano e 9 meses)
- Muda de 2 sonecas para 1 soneca/dia, total duração de sono 2 horas e meia
- Se a mudança para 1 soneca é difícil, tente por na cama mais cedo, a criança poderá tirar 2 sonecas num dia e 1 no outro até estabilizar

21 a 36 meses (1 e 9 meses a 3 anos)
- Maioria das crianças ainda precisam de uma soneca
- Em média a soneca é de 2 horas mas pode ser entre 1-3 horas
- Maioria das crianças dormem entre 7-9 da noite, acordam entre 6:30-8 da manhã
- Se a soneca não aconteceu, é preciso por na cama mais cedo ainda
- Se a criança não dorme bem durante a noite, não permitir que a criança tire a soneca pode ser problemático, causar extrema fadiga
- Se a criança acorda entre 5-6 da manhã, e está bem descansada, pode-se tentar encorajar mais sono com cortinas escuras
- Ir pra cama mais cedo pode resultar em acordar mais tarde de manhã (sono traz mais sono, na maioria dos casos)

3 a 6 anos
- A maioria ainda vai dormir entre 7-9 da noite, acorda entre 6:30 e 8 da manhã
- Aos 3 anos a maioria das crianças precisam de 1 soneca todos os dias
- Aos 4 anos, cerca de 50% das crianças tiram soneca 5 dias/semana
- Aos 5 anos de idade, cerca de 25% das crianças tiram soneca 4 dias/semana
- Aos 6 anos de idade as sonecas geralmente desaparecem
- Aos 3 e 4 anos a soneca dura 1-3 horas
- Aos 5 e 6 anos a soneca dura entre 1-2 horas

7 a 12 anos
- A maioria das crianças de 12 anos vão dormir entre 7:30 e 10 da noite, na média 9 da noite. A maioria dorme 9-12 horas/noite.
- Muitas crianças de 14-16 anos agora precisam de mais sono que quando eram pré-adolescentes para manter a atividade ótima e serem alertas durante o dia.

Tradução: Andreia Mortensen

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Qual é o preco de um filho?

Uma ONG calculou recentemente o custo para se criar um filho, do seu nascimento aos 18 anos, e chegou a R$ 160.140,00 para uma família de classe média.
O valor é chocante! E esse valor não cobre a formação escolar. Mas R$ 160.140,00 não é tão ruim assim, se você parcelar.
Ele se traduz em: R$ 8.896,66 por ano, R$ 741,38 por mês, ou R$ 171,08 por semana. E meros R$ 24,24 por dia. Cerca de um real por hora.
E o que você ganha de recompensa?
Direito de dar nomes, olhares de Deus todos os dias, risadinhas debaixo das cobertas todas as noites, mais amor do que seu coração pode suportar, beijos jogados no ar e abraços carinhosos, infinitas admirações por pedras, formigas, nuvens, biscoitos, cachorros, gatos, etc...
O que você ganha gastando R$ 160.140,00 ?
Uma mão para segurar, normalmente suja de geléia ou chocolates, um parceiro para fazer bolhas de sabão, soltar pipas, alguém para fazer você rir como bobo, não importa o que seu chefe tenha dito ou como as bolsas de valores se comportaram nesse dia.
Por R$ 160.140,00 você não precisará crescer nunca. Você deve: ter os dedos sujos de tinta, modelar objetos, brincar de esconde-esconde, ouvir músicas da Xuxa, e nunca deixar de acreditar em Papai Noel.

Você terá uma desculpa para...
Continuar a ler as Aventuras do Ursinho Puff, assistir desenhos animados ao sábado pela manhã, assistir filmes da Disney, e fazer pedidos às estrelas.
Você recebe molduras de arco-íris, de corações ou flores sob imãs de geladeira, conjunto de mãos impressas em argila para o Dia das Mães, e cartões com letras viradas ao contrário no Dia dos Pais.
Por R$ 160.140,00 não há outro jeito mais fácil de ficar famoso. Você é um herói apenas por: recuperar uma pipa do telhado da garagem, retirar as rodinhas da bicicleta, remover uma farpa do pé, encher uma piscina de plástico, fazer bola de chiclete sem estourar, ir a parques de diversões e voltar exausto...
Você tem lugar na primeira fila da “história” como testemunha dos primeiros passos, das primeiras palavras, do primeiro sutiã, do primeiro namoro, e da primeira vez atrás do volante de um carro.
Você fica imortal. Você tem um novo braço na sua árvore genealógica e se tiver sorte, uma longa lista de membros no seu obituário, chamados netos e bisnetos.
Você recebe formação em psicologia, enfermagem, justiça criminal, comunicação e sexualidade humana que nenhuma faculdade pode lhe dar.
Aos olhos de uma criança, você localiza-se logo abaixo de Deus.
Por R$ 160.140,00
Você tem poder para curar um choro, espantar os monstros que estão debaixo da cama, remendar um coração partido, policiar uma festa sonolenta, cultivá-los sempre e amá-los sem limites.
E assim algum dia, eles como você, amarão sem medir os custos.
É um excelente negócio por esse preço!
Ame & curta seus filhos, netos & bisnetos !!!

É o melhor investimento que você fará na sua vida.
Por R$ 160.140,00
Você poderia comprar um carro de luxo; você poderia comprar uma linda casa; Você poderia comprar um belo iate...
Mas nada se equivale ao preço de um filho.
Por Glau e Gregório em G1F.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Parto tecnológico: um show de horrores!

Uma fêmea de mamífero, quando prestes a parir, geralmente se isola, procura um lugar tranquilo, silencioso e de pouca luz. Nesse ambiente, o parto se dá de forma natural. Mas, o que ocorre com as fêmeas da espécie humana? Lamentavelmente, o parto tecnológico, em ambiente hospitalar, barulhento, frio, bem iluminado e geralmente como resultado de um parto cesáreo (previamente agendado). Imagino como as crianças são muito mal recebidas neste mundo. De repente, todo o oposto da segurança e quietude uterinas irrompem em poucos segundos. É um choque inimaginável. Parturientes dopadas, médicos apressados, pais fotógrafos / cinegrafistas, sondas no nariz, aquecedores artificiais, gente estranha, bactérias superpoderosas e... nada da mãe, dormindo ou cheia de dor.

O primeiro vínculo do ser é o ventre materno. O estresse, a alimentação e as emoções atuam diretamente no feto. Para seu bem ou não. O segundo vínculo inicia-se no parto e vai até os três meses de vida, no qual a relação de intimidade e proximidade entre mãe e recém-nascido (RN) é fundamental pelo resto da vida. Não é à toa que os peitos ficam em uma localização tal que, quando mamando, a criança fica a a 10 ou 15 cm do rosto da mãe. Isso tem uma razão de ser: o RN reconhece apenas rostos que estão suficientemente pertos. A proximidade é fundamental, particularmente no momento da amamentação, instante de troca emocional e doação amorosa, além da nutrição completa do corpo. Há outros vínculos mais, com ambiente familiar, social, emocional e intelectual, que serão abordados posteriormente.
Não me espanta o número de mulheres que chegam às maternidades e não têm mais dilatação do colo uterino, "impedindo" o parto vaginal. É o parto tecnológico, o ambiente hospitalar (fisica e emocionalmente inadequado) e a programação mental a qual as futuras mamães são cruelmente submetidas durante o pré-natal que fazem isso. Aí, então, tome cesariana. E tome anestésico. E tome analgésico. E tome soro. E tome curativo. E tome criança separada da mãe. E tome mamadeira. E tome um show de horrores! Depois, a grande desculpa: os peitos secaram, não têm leite, estão rachados, inflamados, infectados. Não me admira que falte leite, diante dessa sequência absolutamente antinatural de gestar e dar a luz. Ou será que que as mamães têm medo que suas mamas despenquem ao oferecer seu leite ao seu rebento? Precisamos voltar à natureza, sábia demais, pois gestação e parto bem conduzidos e naturais (o máximo possível) podem ser a diferença entre um ser humano futuramente equilibrado ou inadequado pelo resto vida.

 
Postado pode Rose*Lisa*Sarah Domingues em G1F - orkut - 05/09/2011

domingo, 31 de julho de 2011

Visitas a recém nascidos requerem etiqueta especial

O nascimento de um bebê é sinônimo de vida nova e confraternização, porém, esse momento especial requer atenção de parentes e amigos em relação às primeiras visitas. A pediatra Vera Lúcia Jornada Krebs, do Hospital das Clínicas da FMUSP, ligado à Secretaria de Estado da Saúde, deixa claro que o recém nascido não é uma atração turística, precisa ficar em um ambiente tranquilo e indica os cuidados para que a visita não seja deselegante e prejudicial.

Muitas pessoas exageram no ‘carinho’ e acabam dando pequenos apertões na bochecha, beijos e toques não muito delicados nas mãozinhas. O que eles não sabem é que essas atitudes são inadequadas, pois podem trazer problemas ao recém nascido.

A pediatra indica que a primeira visita na maternidade seja limitada a parentes próximos, como o pai, avós e irmãos, pois é um momento de recuperação da mãe e maior atenção à vida do bebê.

“As primeiras 24 horas do recém nascido são bastante delicadas, pois é um período de estabilização, portanto um descuido em uma visita pode acarretar grandes problemas à saúde do bebê”, afirma.

Segundo a pediatra, os primeiros cuidados ao visitar a criança na maternidade, devem ser com a higiene das mãos. “No berçário do HC, é feito um controle de higiene em quem fará a visita. É checado se a pessoa está com algum resfriado, ou outro tipo de infecção”, explica, acrescentando que também é dado um auxílio sobre a maneira correta de lavar as mãos.

A médica também alerta para que os celulares sejam desligados no momento da visita, pois o barulho pode incomodar. As câmeras fotográficas e filmadoras também são incômodas, pois a luz do flash pode causar desconforto para a criança ou despertá-la, caso esteja dormindo.

Dependendo do espaço físico do quarto em que a mãe estiver, o ambiente pode ficar pequeno para visitas. “As visitas devem ser organizadas para que não forme uma aglomeração em volta do bebê. Esse tipo de ocasião favorece contágios e excesso de barulho, e isso pode causar um estresse ao recém nascido”, explica.
 
A nicotina é uma substância extremamente prejudicial à vida do recém-nascido. De acordo com o pneumologista Joaquim Rodrigues, do Instituto da Criança, o contato do bebê com a fumaça do cigarro o expõe a uma probabilidade dez vezes maior a adquirir uma pneumonia aguda, e ao aparecimento de um fenômeno chamado de hiperresponsividade brônquica – uma resposta exagerada do pulmão a um agravo externo, que acontece quando a criança tem uma maior sensibilidade à infecções respiratórias – como bronquite, renite e otite.
“Quando a criança aspira os produtos da fumaça do cigarro, automaticamente os mecanismos de defesa do pulmão são afetados. O sistema respiratório sofre maior dificuldade em expulsar substâncias prejudiciais, provocando o estreitamento dos brônquios, por onde passa o ar”, explica o especialista, acrescentando que essas deficiências respiratórias se estendem para a vida adulta.
O pneumologista destaca que as substâncias do cigarro ficam impregnadas em roupas e mãos dos fumantes, e os resíduos que permanecem são tão prejudiciais quanto a própria fumaça. “O ideal é que o fumante não faça o uso do cigarro no dia da visita”, alerta. Joaquim esclarece que as pneumonias mais graves acontecem no primeiro ano de vida e o risco de morte por pneumonia em um bebê com semanas de vida é ainda maior. “Em 25% dos casos em que bebês apresentam dificuldades respiratórias, em crises de asmas e bronquites, são ocasionadas por reflexos da exposição a fumaça do cigarro”.

Na maternidade ou em casa, a pediatra Vera Krebs alerta que o tempo de visita deve ser curto, pois tanto a mãe quanto o recém nascido precisam de descanso e de um ambiente silencioso e calmo. Caso a mãe ofereça algum agrado à visita, como um simples café ou uma xícara de chá, é adequado não aceitar, pois ela não deve ter nenhum tipo de trabalho além de cuidar do bebê.
Assim que a mãe recebe alta, Vera sinaliza que os cuidados na maternidade devem ser mantidos em casa. Ela deve ser orientada sobre os cuidados com o filho, tendo oportunidade de tirar todas as dúvidas junto ao pediatra e equipe multiprofissional, a respeito dos cuidados com o recém-nascido. As recomendações também devem ser dadas por escrito

Na lista, a pediatra sugere: “o recém-nascido é extremamente frágil, por isso ele não pode ser apertado, ou pular de colo em colo. Beijar o bebê, além de deselegante, é prejudicial”, observa, acrescentando que a criança em idade escolar é grande transmissora de bactérias e vírus, por isso é aconselhável que o contato da criança com o bebê seja reduzido.
Além do recém nascido, a mamãe também precisa de cuidados e tranquilidade, pois, neste período ela está frágil e com o sono em desordem. “É inconveniente aparecer à noite e sem ligar antes para avisar. Interromper o descanso da mãe e seu bebê pode sobrecarregá-la”, afirma.
A pediatra acredita que tomados estes cuidados, a visita pode se tornar um momento especial para a mãe e seu filho.

 
Postado por Rose*Lisa*Sarah em 31/07/2011 na G1F.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

“Eu fiz o parto do meu filho, não o médico”

A luta de uma mulher para conseguir um parto natural nos dias de hoje.

Sempre quis entender por que uma mulher prefere passar por uma cirurgia que exige um corte transversal de 10 a 15 centímetros e atravessa sete camadas de tecido do que ajudar seu filho a nascer da forma mais natural. Segundo a Organização Mundial da Saúde, apenas 15% dos partos têm indicação de cesariana. Mas, no Brasil, oito de cada 10 partos na rede privada são cirúrgicos. E, assim, os bebês brasileiros cujas mães têm plano de saúde nascem em horário comercial e o que era natural virou exceção. Por quê? E para o benefício de quem?

Já ouvi dezenas de vezes a justificativa de que a cesariana “é mais prática, cômoda e indolor”. Prática, cômoda e indolor para quem? Talvez seja mais prática, cômoda e indolor para o médico, que não vai ser acordado no meio da noite nem ter de desmarcar compromissos e consultas para acompanhar um processo natural durante horas. Mas, para a mulher, os fatos provam que não. Ainda que o parto natural leve mais tempo, assim que a criança nasce não há mais dor. Já a recuperação da cesariana pode levar semanas e até meses, quando tudo dá certo. Sem contar os riscos inerentes a uma cirurgia de grande porte. Há poucos dias, ao visitar uma amiga que acabou de ter seu segundo filho por cesariana, ela me disse: “A dor que senti ao tentar levantar depois da cesárea foi muito maior do que todas as dores do parto natural do meu primeiro filho. Não entendo como alguém pode achar que isso é melhor”.
Também já perguntei a alguns obstetras por que fazem tantas cesarianas. E a resposta de todos foi: “Porque nenhuma das minhas pacientes quer ter parto natural”. Será? Sempre desconfiei que parte dos médicos não sabe fazer parto natural. E, além de ser mais prático para eles, escolhem a cesariana porque também têm medo. Em uma reportagem sobre mortalidade materna publicada na Época em 2008, o obstetra Nelson Sass, professor da USP, afirmava exatamente isso: “Os estudantes de Medicina das melhores faculdades quase não têm contato com parto natural. É uma deformação das escolas. Como os casos mais complicados são encaminhados aos hospitais universitários e resolvidos com cesáreas, os alunos não treinam o parto natural”.

Este obstetra, que não foi treinado para o mais fácil e mais natural, vai convencer aquela gestante que, no caso dela, uma cesariana é a melhor opção. Quando uma mulher está com um filho na barriga e um médico diz que é necessário cortá-la para que ele saia, dificilmente ela vai desafiar a autoridade do médico e contestá-lo. Se o médico diz que é mais seguro, como ela vai discutir e correr o risco de comprometer a vida do seu filho? Nesses casos, mesmo mães que desejaram e se prepararam para um parto natural recuam diante da autoridade daquele que sabe. Mas, às vezes, aquele que sabe só tem medo. Ou, pior, tem um compromisso social em seguida ou apenas quer ganhar mais.

Quando uma mulher engravida e a barriga começa a crescer, dá medo, às vezes até pânico, saber que aquele bebê que está dentro dela vai ter de sair. E é ela quem vai ajudá-lo nisso. E que esse processo inclui dor. É natural ter medo. Isso não significa que essa mulher não possa lidar com esse medo e com todas as fantasias a respeito desse momento e, mesmo assim, viver o que tem para viver. A maior fantasia – e a que mais atrapalha todas as mulheres – é justamente a ideia de que a maternidade é sagrada e só envolve bons sentimentos. Então, para ser uma boa mãe, supostamente uma mulher teria de achar tudo lindo e elevado.
Poucas crenças são mais perniciosas para as mulheres – e depois para os seus filhos – do que o mito da maternidade feliz. A escritora francesa Colette Audry disse uma frase genial sobre o que é um filho: “Uma nova pessoa que entrou na sua casa sem vir de fora”. Como não ter medo e sentimentos conflitantes a respeito de algo assim? Engravidar e parir dá medo mesmo. E uma mulher não vai amar menos aquele bebê por sentir pavor, raiva e sentimentos supostamente menos nobres – ou supostamente proibidos. Ao contrário. Ela pode ser uma pessoa pior e uma mãe pior se sufocar esses sentimentos em vez de aceitá-los e lidar com eles. O que também implica lidar com o medo da dor do parto e da responsabilidade de ajudar o filho a nascer. É claro que auxilia bastante encontrar um obstetra responsável que converse com ela sobre seus sentimentos – em vez de abrir a agenda para marcar a cesariana.

É por medo de viver e porque ninguém as ajuda a lidar com seus piores pesadelos que muitas mulheres preferem não sentir – literalmente – um dos momentos imperdíveis da vida que é o parto de um filho. Acredito que a saída para esse medo não é ser anestesiada e cortada em data previamente marcada. E, principalmente, sem necessidade. Como me disse uma grávida um dia: “Prefiro a cesariana porque aí não tenho de passar por isso. Eu fico ali, sem sentir nada, e de repente meu filho já está do lado de fora”. Essa mulher nunca soube o que perdeu, porque perdeu.
Hoje há um movimento forte em defesa do parto natural e há crianças nascendo em salas humanizadas de hospitais e mesmo dentro de casa nas grandes cidades, como São Paulo, enquanto lá fora o trânsito para e os carros buzinam. Existem grupos semanais onde as mulheres e também os homens podem falar abertamente sobre todos os medos e trocar experiências sobre parto e amamentação. E poder falar sobre isso e dizer que eventualmente está apavorada faz bem para todo mundo e também para o bebê que vai ter uma mãe que consegue falar de seus sentimentos. E falar do que sentimos e do que não sentimos, por pior que nos pareça sentir o que não queríamos sentir – ou não sentir o que achamos que deveríamos sentir –, nos ajuda a amar melhor.

Algumas ressalvas, porém. A luta pela volta do parto natural é um bom combate. Mas é preciso não cair no outro extremo e virar xiita, já que dogmas não fazem bem à vida. Às vezes percebo com pena esse traço em alguns movimentos que poderiam ser melhores se deixassem a soberba de lado. A cesariana é uma ótima saída nos casos em que é indicada e pode salvar a vida da mãe e do bebê. O problema não é optar por ela quando claramente é a melhor alternativa diante de uma complicação – e sim fazer a cirurgia sem necessidade, um comportamento epidêmico no Brasil.
Nenhuma mulher é menos mãe ou menos mulher porque não conseguiu ter um parto natural. Assim como nenhuma mulher é menos mulher porque decidiu que não quer ser mãe. Já testemunhei mães orgulhosas de seu parto natural esmagar com sua suposta superioridade uma outra que precisou de cesariana. Este é um comportamento lamentável, quando não ridículo. Nesses casos, além de ter sido submetida a uma cirurgia e estar cheia de dores e pontos, a mulher é punida porque não foi uma superfêmea. Como se ter de fazer uma cesariana fosse uma nova modalidade de fracasso. Superfêmeas, assim como supermães, para o bem da humanidade é melhor que não existam. As mulheres mais bacanas e as que possivelmente serão melhores mães são as que assumem seus medos e não punem o medo das outras. E compreendem que na vida, assim como no parto, a gente tenta fazer o melhor possível. E o melhor possível tem de ser o suficiente.

Para nos ajudar a pensar sobre tudo isso, entrevistei uma amiga que teve seu primeiro filho há uns poucos meses, perto dos 40 anos. Eu a escolhi porque ela desejou muito um parto natural. E se preparou muito para o nascimento do seu filho. E conseguiu o seu parto. Mas, para isso, passou por um tremendo estresse desnecessário em seu embate com a cultura predominante da cesariana e o medo de que os profissionais escolhessem por ela ao longo do trabalho de parto.

Quando fui visitá-la no hospital, no dia seguinte ao nascimento do bebê, ela tinha necessidade de contar sobre o pavor vivido não por causa das dores do parto, mas pelo medo de que roubassem dela esse momento. Seu bebê era saudável, ela ajudava a dar nele o primeiro banho e amamentava-o sem nenhum incômodo. Mas o embate com a equipe de saúde a tinha marcado. E teria sido melhor se ela tivesse a certeza de que sua decisão seria respeitada – e uma cesariana só seria feita se realmente houvesse necessidade.
Há cerca de um ano ela deu outra entrevista para esta coluna, sobre seu desejo e suas dificuldades de engravidar, e os mitos de fertilidade que atrapalham a vida das mulheres. Agora, ela nos conta o capítulo seguinte. A experiência de cada mulher é única. Esta é a da minha amiga. Nem certa nem errada, nem melhor nem pior, apenas a dela.

ÉPOCA – Você queria muito ter parto natural. Por quê?

Me parecia uma experiência mais completa do que uma cesariana, mais natural e menos passiva. Queria fazer força, ajudar meu filho a vir ao mundo. Não queria alguém tirando ele com um bisturi sem que eu visse, por trás de uma cortininha hospitalar, em 10, 15 minutos. A cena tinha de ser maior, mais demorada e curtida. Me via puxando/empurrando meu filho pra vida. A gente tomava fôlego de vez em quando e ele continuava a sair. Algo pra se ir absorvendo aos poucos. Ao longo da gravidez, também fui construindo em mim a ideia de que um parto normal seria algo mais meu, sobre o qual eu teria mais controle do que uma cirurgia. Eu faria o parto – não o médico.

ÉPOCA – - Este desejo, que é natural, afinal é assim que as crianças nascem ou deveriam nascer quando não há nenhuma complicação, acabou sendo difícil de botar em prática, porque toda a cultura ao redor empurrava você para uma cesariana. E isso deu a você uma carga extra de tensão. Como foi?


- Eu tive de fazer uma verdadeira maratona para conseguir meu parto. Sabia que as cesarianas eram regra, mas não que era tanto assim. Os médicos te dizem: "Vamos tentar um parto normal", como se fosse o mais difícil, como se exigisse condições. Ora, o "normal" não é ser normal e a cirurgia só acontecer se algo der errado? O fato é que eu tive de convencer, barganhar, ameaçar trocar de médico para conseguir que fosse normal. Percebi que precisaria me informar horrores, me apropriar do processo, para que quando chegasse o momento ninguém pudesse me enrolar com desculpas como as que eu ouvia de amigas justificando cesáreas. E nesta viagem eu aprendi muitas coisas sobre parto. Tantas que teria sido capaz de fazer o meu sozinha. Descobri que bastava amparar meu filho na saída e secá-lo. Não existe nenhum procedimento imprescindível nem durante o parto, nem no nascimento - quando tudo está bem, é claro. Não deixa de ser um absurdo ter de descobrir como funciona algo tão ancestral e natural como um parto. Este processo parece que foi transformado em um mistério pela medicina moderna – um mistério até para as mulheres

ÉPOCA – - Por que você acha que a medicina tornou o parto um mistério? E por que você acha que as mulheres preferem cesarianas? Do que elas têm tanto medo, afinal?


Primeiro, por falta de informação. Os médicos dão pouca informação. Chegam a perguntar o que a mulher prefere, em vez de irem direto para o normal e partirem para a cesárea apenas quando necessário. Já ouvi de um médico que cesariana era mais “prático”. O ponto de partida é que já está errado. Se os médicos não esclarecem, as possibilidades de parto normal já ficam reduzidas. Por exemplo, o parto normal dói, mas tem a opção da anestesia no momento em que a paciente quiser, embora o ideal seja mais para o final. Acho que se as mulheres conhecessem melhor o processo, optariam menos por cesarianas. Há vários mitos envolvidos. Acho que algumas mulheres consideram o parto normal algo pouco civilizado, pouco moderno. Muitas têm medo de ficar com a vagina alargada depois que passar um bebê. Tem também a questão da falsa praticidade, de poder marcar o parto. Digo falsa porque não é nada prático ficar com pontos na barriga de uma cirurgia considerada de porte, fora o risco de ter um bebê nascido antes do tempo, antes de ficar pronto. Há mulheres que querem acabar logo com o processo do nascimento, como se ele não pudesse ser demorado e maravilhoso, sentido, como se esta demora não tivesse também as suas delícias. É como sexo: você sua, se esforça, quanto mais demora, melhor. Não combina ser asséptico, rápido, cirúrgico. O parto também não. Mas acho que o que mais pega é o medo da dor. Nosso mundo tem medo da dor. Mesmo a inevitável, a necessária, a que ajuda a trazer um filho pra vida. A dor de parto não é como outras dores. Não é como uma dor de ouvido, por exemplo. Ela vem aos poucos, para que a mulher se recupere nos intervalos. É forte, mas é uma dor de vida, não de morte. Vai trazer uma coisa boa. Isso te ajuda a suportar. Se não, tem a possibilidade de analgesia. Prefiro dizer que não são dores de parto, mas contrações, movimentos.
ÉPOCA – - O que você aprendeu em sua busca de conhecimento, quase se armando para que não roubassem de você um dos grandes momentos da sua vida?


No fim, aprendi que havia vários tipos de parto normal - natural, normal, induzido, humanizado... E percebi que eu não queria apenas um parto "vaginal". Queria um parto com o mínimo de intervenções, o mais natural possível. Nos últimos anos (ou décadas) foram estabelecidas tantas intervenções como rotina que, na maioria dos partos normais urbanos, de classe média, você toma uma superanestesia e fica inepta pra ajudar seu filho a nascer. Então tem de tomar hormônio pra estimular as contrações reduzidas pela anestesia. Na hora H alguém empurra sua barriga com uma manobra horripilante e desnecessária para que o bebê saia. E, no fim, quase que obrigatoriamente, cortam a entrada da sua vagina para ajudar o bebê a sair, mesmo que não precise. Eu não queria nada disso. Queria um parto meu, comandado pelo poder de dar à luz que a natureza me deu, apenas assistido pelos profissionais de saúde.
ÉPOCA – Em sua incursão pelo mundo da militância do parto natural, você participou de grupos e ouviu histórias de todo tipo. Quais foram essas narrativas e como elas ajudaram a construir a sua?


Eu tinha guardado na memória o relato especial de uma amiga que teve a filha ainda adolescente no hospital, mas sem anestesia, sentindo as dores do parto. Era minha história inspiradora de nascimento. Descobri na internet um grupo para grávidas, o Gama (Grupo de Apoio à Maternidade Ativa), para ajudar as mulheres a ter experiências assim. Frequentei esse grupo semanalmente com meu marido. Lá ouvi outros relatos de partos naturais, ou seja, sem anestesia nem intervenções, muitos ocorridos em casa. Quase todo dia tinha uma história incrível de uma mulher que tinha dado à luz deitada em sua própria cama, usando os lençóis guardados no armário, comovendo os vizinhos com o choro de bebê novo que de repente interrompia os gemidos do parto como se estivessem todos num século remoto, muitas vezes escandalizando a família com sua escolha "precária". Não me lembro de um relato exato porque eles se pareciam muito, mas de detalhes misturados de nascimentos em apartamentos apertados no caos de São Paulo. Um casal contou que teve o filho num cômodo sem janela, na parede apenas o quadro pintado por um amigo imitava a paisagem de fora. Que loucura alguém parir sem janela, pensei. Eu adorava esses detalhes curiosos e muito humanos. Teve o marido assustado que se refugiou na cozinha para fazer comida enquanto a mulher se contorcia pra dar à luz no quarto, como se nada de extraordinário estivesse acontecendo na casa enquanto ele cozinhava. Teve a história da mulher que berrou no meio de uma contração para o marido não entregar pra parteira as toalhas de banho brancas, e sim as estampadas, se não estragaria o enxoval dela. Teve o caso de uma que ficou muito brava com o companheiro porque ele ficava contando os intervalos das contrações e isso a deixava nervosa. Ela pedia que ele parasse e ele continuava contando.
Teve a que achou que tinha defecado no parto, mas era só a placenta saindo depois do bebê. E teve uma que de fato defecou. Nunca tinha imaginado que coisas assim pudessem acontecer. Além dessas histórias do grupo, fui também buscar histórias mais próximas. Uma amiga contou que teve o bebê quase no saguão do hospital, antes de a médica chegar, porque o marido não acreditou que o trabalho de parto estivesse tão avançado. A filha nasceu enquanto ele estacionava. Essa história me fez pensar que eu deveria conhecer bem os estágios do parto, para o caso de uma emergência. Outra me contou como se sentiu traída ao final de um trabalho de parto normal e tranquilo, quando o anestesista a agulhou pelas costas sem que ela quisesse, apenas para justificar sua ida ao hospital numa antevéspera de ano novo. E de como ela se sentiu dolorida nos dias seguintes por causa da peridural e da traição. Me fez pensar em como era importante eu deixar claro meus desejos e manter em minhas mãos o comando da situação. E também a importância de deixar claro para o meu marido o que eu queria – e não queria. Ouvi também um relato triste da minha irmã, que sempre quis parto normal e acabou levada a uma cesárea que ela acreditava desnecessária. Ela não viu os filhos saírem, não sentiu nada. E quando fui resgatar essa história, senti como isso tinha deixado nela uma ferida aberta. Uma ferida que eu não queria aberta em mim. Fui escutando essas histórias para ver como era, saber o que eu queria, o que eu não queria, e para tentar aceitar o que talvez estivesse além do meu querer.
ÉPOCA – Quando seu filho nasceu, você disse que ficou muito tensa durante o processo porque a todo momento tinha medo de que os médicos pudessem dar uma anestesia, fazer algum procedimento ou mesmo uma cesariana contra a sua vontade. Como foi isso?

Ao longo da gravidez, fui decidindo o que eu queria e o que não queria pra mim e para o bebê. Coisas muito importantes, pelas quais eu e meu marido faríamos todo o possível, e outras que nos importaríamos menos se escapassem do planejado. Meu maior terror era passar por uma cesariana. Ainda mais se fosse desnecessária. Não sei em que pedaço de mim isso pegava, mas pegava. Nas últimas semanas, minha obstetra falou: "Querida, se rolar cesariana serão dez anos de terapia pra você, não é?". Eu disse: "Exatamente. Você entendeu o tamanho da coisa".


ÉPOCA – Por que tanto horror à cesariana? Embora exista um abuso de cesarianas no Brasil, boa parte delas desnecessária, há casos em que pode ser a melhor escolha e mesmo fundamental para salvar a vida da mãe e do bebê. Se fosse este o caso, não estaria tudo bem para você?

Acho que se fosse o último recurso, tudo bem. Mas eu gostaria de ter certeza de que era realmente necessário e não uma conveniência ou inabilidade do médico, coisa que ficou muito difícil identificar hoje em dia. Acho que eu também mitifiquei o parto normal. Eu nasci de cesárea. E estou aqui, viva, sem traumas. Não tenho problemas com isso. Mas era um desejo meu ter o filho naturalmente. Só aceitaria a cesárea se tivesse muita clareza da necessidade.
ÉPOCA – Então conta como foi seu processo nessa luta com os profissionais de saúde ao longo do trabalho de parto...

Meu trabalhou de parto ativo durou 13 horas. Isso é considerado normal, mas as pessoas se assustam. Muitos médicos se assustam, inclusive. Meu pavor, quando eu via o relógio andando depressa demais, era que eles se cansassem e dissessem: "Bom, vai ter de ser cesárea". E me empurrassem uma desculpa qualquer goela abaixo, com o poder da autoridade deles. Eu cheguei ao hospital com contrações fortes e ritmadas, num bom intervalo. Mas a dilatação era frustrantemente pequena ainda. Meu filho estava com a cabeça defletida, ou seja, virada pra cima, mirando o céu, então não descia. E minha vagina tinha uma reborda, uma espécie de dobra que se forma muitas vezes e também dificulta a saída. Eu sabia que nenhuma das duas coisas era motivo para cesárea, mas podiam tentar usá-las para fazer uma. Eu tinha chamado uma doula, uma acompanhante de parto, que na hora me ajudou com exercícios, posições e apoio emocional. Mas, depois de oito horas, acabei pedindo uma analgesia porque não aguentei a dor, estava dobrada, apagando nos intervalos das contrações. Tive medo que isso animasse os médicos a fazer cesárea, afinal, eu já estava anestesiada, ainda que de leve. Chorei muito porque não imaginava que a dor fosse maior do que eu. E chorei de medo. Lá pelas tantas entrou uma obstetra na sala e começou a conversar com minha médica. Ela dizia que o parto que ela fazia na sala ao lado estava demorando muito então ia virar uma cesárea porque ela já estava cansada. Entrei em pânico e comentei com a doula que não queria que todos se cansassem daquele momento meu e quisessem ir embora inventando uma cesárea. Minha médica ouviu e disse: "Temos todo o tempo do mundo para esperar". Era verdade. Ela começou a me pedir pra fazer certas posições, me virava na cama, com muita delicadeza, até que o bebê se acertou e começou a sair.

Nessa hora, de novo entrei em pânico, fiquei selvagem porque começaram a montar uma mesa de instrumentos e eu temi de novo uma cesárea. Pra que tudo aquilo? A pediatra, acostumada com partos humanizados, naturais, me disse que era normal, uma prevenção em caso de ocorrer uma emergência. Mas a cada barulhinho de metais mexendo eu gritava, perguntando o que iam fazer. Felizmente, o que fizeram foi apenas esperar meu filho sair, naturalmente, sem cortes, inteiros nós dois.
ÉPOCA – Qual foi o sentimento quando seu filho nasceu?


Eu parecia um bicho. Estava meio agressiva, assustada e ao mesmo tempo me sentindo a dona da cena. Queimava tudo quando ele estava saindo. Parecia que as tripas iam sair por baixo, apesar da analgesia, que era leve justamente pra eu sentir. Daí ele saiu, roxinho, com o cordão enrolado no pescoço e na mão, sem nenhum problema. Veja que os cesaristas adoram dizer que isso é motivo pra cortar uma mulher. Alguém que estava perto da vagina esticou os braços me entregando aquele pacotinho. Me escapou um: "O que eu faço com isso?". Mas imediatamente eu soube e puxei ele pra mim, pro meu peito. Veio a pediatra e ajeitou-o pra mamar. E ele mamou. Eu chorava, chorava. Chorava e sorria. Parecia que não existia nada além dali. Que o momento era aquele. Que a vida começava e terminava naquela sala. Que ali dentro estava tudo que me importava. Senti orgulho de mim, do meu filho. Me senti poderosa, cheia de muita coisa boa. Talvez algumas mulheres se assustem com a intensidade de dor e de medo no relato do parto do meu filho e achem que não vale a pena. Primeiro, eu acredito que as coisas importantes não são necessariamente leves e indolores. Nem que as coisas boas só são boas se forem leves, rápidas e indolores. Meu parto foi forte. Em alguns momentos foi tenso e doloroso. Em alguns momentos tive medo. E, mesmo assim, foi uma delícia. Mesmo assim, tive um prazer indescritível. Tudo junto, como a vida é. Não trocaria isso por nada. Poucas vezes me senti tão viva. Poucas vezes estive tão viva. E completa.
ÉPOCA – Como é ser mãe? Fico observando você e percebo que, embora existam as angústias, e elas são muitas nesse início da vida de um filho, você parece estar sempre numa espécie de estado de completude. Volta e meia olha para o seu filho e chora de alegria...


Eu estou em estado de graça desde o momento em que meu filho nasceu. Eu tinha um medo, que para algumas pessoas pode parecer idiota, de ter um filho feio e burro. Bem, ele é lindíssimo. Meu bebê nasceu lindíssimo, como eu jamais poderia imaginar que seria. Tem orelhas perfeitas, nariz lindo. Ele é todo bonito. Tudo nele é bom. Senti algo indescritível quando saí da maternidade com ele nos braços, apresentando a rua lá fora, o sol, os carros, o barulho, as pessoas, a vida. Me senti a pessoa mais importante do mundo. Chorei quase todos os dias do primeiro mês de vida dele. De alegria, de plenitude. Chorei de ver que era tudo verdade, que ele estava ali. E ainda choro. A maternidade está além da minha maior expectativa.
ÉPOCA – Me parece, pela minha própria experiência e pela de outras mulheres que escuto por aí, que o afeto e o amor pelo filho não é algo dado, mas construído. De repente, há uma pessoinha nova fora da gente, na casa da gente, exigindo coisas com o seu choro. Mesmo que a gente a carregue por nove meses, fora do nosso corpo é outra história. Me parece que amamos aos poucos, num afeto que vai se construindo e se fortalecendo ao longo dos dias, até se tornar a ligação mais forte e profunda da nossa vida. E não como um amor que vem do além e cai como um raio na hora em que o bebê nasce, como somos ensinadas a acreditar que é o certo. Como foi para você?


É interessante porque, embora a maternidade seja atávica, o afeto não é automático, imediato. Eu não senti assim, pelo menos. Fui me apaixonando pelo meu filho. É algo que é construído da rotina com o bebê, que é uma das coisas mais intensas que alguém pode viver. Um dia aparece um serzinho estranho de dentro de você para você cuidar. Invade seu mundo, sua vida, com um cheiro novo, barulhos novos, hábitos novos. Surge um novo prolongamento de você, algo que não existia antes e que precisa de você para existir. No começo é ternura, curiosidade, encantamento. Acho que a natureza faz bebês fofos para a gente se encantar e cuidar deles. Aos poucos vai virando amor, delícia, intimidade. Você ama "aquele" bebê. Eu comecei a ficar mais mãe aos poucos. E acho que vou ser cada vez mais mãe, conforme o tempo passar.
ÉPOCA – - Um de seus conflitos é a aproximação do momento de voltar ao trabalho, depois da licença-maternidade. Por um lado você tem vontade de largar seu emprego e virar mãe em tempo integral. Por outro, tem sonhos de que está trabalhando em grandes projetos. Não é fácil ser mulher, não é? Como você está se virando?


Não gosto nem de imaginar a volta ao trabalho. Parece que ele vai precisar de mim e não vou estar. Dizem que quem mais sente a dor dessa primeira separação é a mãe. Eu não consigo imaginar meu filho desamparado. Uma neura de que não cuidarão tão bem dele, de que eu não estarei lá vendo cada sorriso ou respiro. Acho que ainda sinto que ele é um pedaço de mim que ficaria pra trás algumas horas, doendo. Tenho um trabalho flexível, que me permitiria estar com ele em vários intervalos do dia. Ao mesmo tempo, já fiz as contas pra ver quanto tempo eu poderia ficar em casa só acompanhando ele crescer, mudar. Provavelmente, voltarei a trabalhar. Acho que ficaria tensa de não ter segurança financeira e talvez me cansasse, com o tempo, de ficar apenas em casa. Afinal, é uma rotina desgastante. Meu plano ideal seria que me dessem uma licença de um ano ou que meu emprego me liberasse e estivesse lá quando eu voltasse. Pra mim, seria o tempo ideal pra eu me dedicar ao meu filho, curtir cada minutinho, cheirar ele o dia inteiro. É importante trabalhar, mas é melhor ser mãe, ao menos nesse momento. Acho que o modo como as coisas são estruturadas no nosso mundo, no nosso universo brasileiro, não facilita muito a vivência dessas coisas. Poderíamos ter a opção de voltar logo ou não ao trabalho. Eu queria muito ficar mais. Mas dá medo chutar tudo e viver de economias. Eu não gosto de pensar nisso. Me incomoda, estraga meu dia. Meu filho fez parar meu tempo. Mas as coisas fora de nós não pararam. Não sei como resolver.
ÉPOCA – Quais são as alegrias e os conflitos desse momento muito particular que você está vivendo?

As alegrias são todas. O sorriso dele quando acorda, as dobrinhas, o cocô sem cheiro. Os gemidos, o choro, o beicinho, a respiração, o espirro. Mas a maior felicidade é ele mamar no meu peito. Ele se alimentar de mim. Isso é uma loucura. E eu me alimento de olhar ele mamando, toda torta, querendo chorar de alegria. A mãozinha no meu peito. Algo indescritível. Não tenho muito tempo pra mim, o que me angustia, mas só um pouquinho. Me sinto bonita, forte, poderosa, e tenho conseguido administrar as dificuldades porque tenho uma boa rede de apoio – marido superparticipativo, empregada, família, grana. Talvez eu não seja a melhor referência, porque a maternidade nem sempre é fácil. E pra mim está sendo uma delícia. Meu maior conflito é querer às vezes ficar só eu, meu filho e o pai dele juntos, feito bichos, num ninho, nos lambendo. Mas o planeta não é vazio como eu queria que fosse agora. O que também tem um lado bom: muita gente pra eu mostrar a coisa mais linda que eu já vi.

ÉPOCA – Hoje, olhando para trás, o que o parto natural deu a você?

O meu não foi 100% natural porque eu tomei analgesia. Meu parto normal me deu a maior lembrança da minha vida. Uma longa cena que me mudou completamente. Me sinto uma mulher completa agora. Me sinto uma mulher feita. Acho que, por ter sido um parto normal, me sinto mais do que se fosse de outra forma.

ÉPOCA – Você tem medo do futuro? De seu filho estar aqui, de ter de educá-lo com um mundo inóspito lá fora...

Tenho todos os medos, os mais absurdos. De ele sofrer, de não ser feliz. Medos que eu sempre tive da vida, como todo mundo. Mas meus olhos estão tão cheios da visão linda do meu filho e meu coração transborda de uma alegria tão grande que não cabe mais nada. Essas visões ruins de futuro se apagam rapidamente. Uma ternura louca espanta os medos, tão logo eles chegam. E me enche de esperança a idéia de criar um ser humano lindo e feliz. De apresentá-lo ao mundo e o mundo a ele.


ÉPOCA – O que é ser mãe, afinal?

Para mim, ser mãe é me sentir completamente mulher, fêmea, em todas as possibilidades. Já li que não é a maternidade que te faz uma mulher. Mas há uma dimensão que a gente só conhece sendo mãe. É mais para sentir do que explicar. Me sinto maior do que eu era antes. Bem maior.

P.S. – Se você quiser, conte aqui a sua experiência de parto. Nem certa nem errada, nem melhor nem pior – apenas a sua.


Fonte: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI204610-15230,00.html

postado por Rose*Lisa*Sarah na G1F

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

terrible two!


Para quem ainda ensaia no quesito maternidade, digo de coração que aprendi uma novidade: seu filho pode ser tudo aquilo que vc reparou no filho alheio! E sim, fazer birra, manhas, bater, fazer arte!


Pois bem, é nessa fase que nos encontramos. E difícil tem sido encontrar um meio termo entre diálogo e educação...


Confesso, tem sido difícil. Até então nunca em toda a experiência de ser mãe, achei que não estivesse dando conta. Tirei de letra todas as fases até que completamos dois anos.

Agora me acho a pior mãe do mundo, porque não consigo fazer com que minha filha pare de espalhar minhas maquiagens pela casa. E a despeito de todo diálogo, castigos e conversas, ela que agora alcança a maçaneta da porta do banheiro (e pelas pontas dos pés rs) saqueia minha bolsinha de maquiagens, que diga-se de passagem, são carassss!


Descobri agora com os 2 anos que ela sabe escalar.

O não é sua palavra predileta.

Ela sabe bater.

Ela não sabe o que significa castigo.
Cortar o cabelo de uma criança de 2 anos é tarefa para mágico!


Ahhh mas ela sabe dizer te amo, assim como ninguém!


E apesar de tudo, sempre me pego pensando... Quão recompensador é o papel de mãe!