segunda-feira, 12 de maio de 2008

Cinco passos para acalmar o bebê por Dr. Karp.

1. Embrulhar – fazendo um pacotinho do seu filho

Embrulhar firmemente é a base, o primeiro passo para aquietar a criança agitada e mantê-la tranquila. É por isso que culturas tradicionais que vão da Turquia a Tulsa (estou me referindo aos índios americanos) usam esse método para deixar as crianças felizes.

Esse embrulho faz com que seu filho sinta que retornou magicamente ao ventre da mãe e satisfaz a saudade que sente do contato e da compressão contínuos com que estava habituado. Essa etapa por si só não aciona o reflexo calmante, mas impede que o bebê agite os braços, ajudando-o a prestar atenção nas outras etapas que efetivamente vão acalmá-lo.

Muitos bebês agitados resistem ao embrulho. Entretando é um erro achar que essa resistência signifique que eles precisam ficar com as mãos livres. Nada pode estar mais longe da verdade! Recém-nascidos irriquietos não controlam o movimento dos membros, portanto, ter os braços livres pode agitá-los ainda mais.
2. Colocar de lado ou de bruços – a posição em que os bebês se sentem bem
Embrulhar a criança interrompe a série de acrobacias que ela faz com seus pés e braços e que a levam ao choro frenético. Do mesmo modo, colocar a criança na posição lateral ou de bruços impede um outro tipo de estimulação, igualmente perturbadora, porém invisível – o pânico de sentir-se em queda..

Cair era uma ameaça tão séria para nossos ancestrais que os bebês desenvolveram um alarme especial – o reflexo de moro -, que é acionado no momento em que eles têm a sensação de que estão caindo dos braços da mãe.

A maioria dos bebes fica contente se é deitada de costas quando está de bom humor. Entretanto, durante o choro, mante-los nessa posição provoca-lhes uma sensação de queda livre. Isso pode ativar o reflexo de Moro, fazendo com que se movimentem e gritem.
 
As posições lateral ou de bruços acalmam o choro forte do recém-nascido pois “desligam” o reflexo de Moro e, portanto, são consideradas confortáveis para crianças agitadas. Quando chega o momento de colocá-las para dormir, no entanto, a posição de costas é a mais segra para todas as crianças. A menos que seu médico a aconselhe de outro modo, nenhum bebê deve jamais ser posto para dormir de bruços.
3. Fazer shhhhhhhhhh... – o som tranquilizador favorito de seu filho
Acredite ou não, um som de shhhhh...alto e forte é música para os ouvidos de seu filho. Esse ruído o conforta ao imitar o som do sangue correndo pelas artérias, o murmúrio áspero que cercou seu filho durante os nove meses da gravidez. Consequentemente, trata-se de uma parte essencial do quarto trimestre.

Muitas mães acreditam erroneamente que os filhos preferem o som de um riacho correndo ou o sopro distante do vento. Parece contraditório que nossos filhos gostem de um ruído alto; nós com certeza não gostaríamos. Ainda assim os bebes adoram! É por isso que muitos livros recomendam o uso de aparelhos eletrodomésticos com um barulho ensurdecedor para acalmar o berro dos bebês.

Nunca encontrei um bebê irritado que ficasse superestimulado por brincar com esses aparelhos. Pelo contrário, quanto mais alto o choro, mais alto deve ser também o shhhhhhh..., afim de acalma-lo.
 
4. Balançar – “nana neném ...”

Descansar em uma cama macia e inerte pode ser muito atraente para você, mas para seu filho – recém-saído do útero – é desorientador e anormal. Recém nascidos são como marinheiros que chegam à terra firme depois de nove meses no mar; a passagem abrupta para a estabilidade pode enlouquece-los. Por isso esse movimento ritmado, repetitivo e gingado – que eu chamo de balançar – é um dos métodos mais comuns empregados pelos pais para acalmar as crianças. Esse embalo deve ser vigoroso de inicio para aquietar o choro e pode ser suavizado depois, a fim de manter a criança tranqüila.

Antigamente e nas sociedades tradicionais atuais, os bebês são constantemente balançados. Muitas mães do terceiro mundo usam berços ou redes para manter os filhos satisfeitos, e “vestem” seus filhos atados com correias para proporcionar-lhes a sensação tranqüilizadora de cada passo do movimento acompanhado da respiração. Até mesmo na nossa sociedade, pais usam bebê conforto, passeios de carro e voltas no quarteirão na tentativa de aquietar as crianças mais choronas.
5. Sugar – a cobertura do bolo
Agira que seu filho irriquieto começou a se acalmar com as quatro primeiras etapas, ele já está pronto para a quinta e gloriosa fase: sugar. Trata-se da cobertura do “bolo da calma”, pois induz a criança, que já está mais tranqüila, a alcançar um estágio de profunda tranqüilidade.

Obviamente, é mais difícil para seu filho gritar com uma chupeta na boca, mas não é por essa razão que sugar tem um efeito calmante. Na verdade, esse ato afeta o sistema nervoso infantil, aciona o reflexo calmante e libera substâncias naturais no cérebro, que provocam, em questão de minutos, um alto nível de relaxamento e satisfação.

Alguns pais dão aos filhos mamadeiras ou chupetas, mas em qualquer lugar do mundo e em qualquer época, o brinquedo favorito de sucção é o bico do seio da mãe. Como já mencionamos, em algumas sociedades, para tranqüilizar os bebês, as mães oferecem o seio quase cem vezes por dia.
Em resumo, as duas primeiras etapas – embrulhkar e colocar de lado/de bruços – iniciam o processo de apaziguamento ao impedir que braços e pernas se agitem, ao “desligar”o reflexo de Moro e ao ajudar o bebê a se concentrar em você à medida que o reflexo calmante começa a ser ativado. A terceira e quarta etapas – fazer shhhhhhh...e balançar – interrompem o ciclo do choro ao ativar o reflexo calmante e tranqüilizar o sistema nervoso da criança. A quinta etapa – sugar – mantém o reflexo atuando e permite que o bebê consiga relaxar profundamente.

As cinco etapas são recursos fantásticos, mas como qualquer ferramenta, a habilidade de usa-las aumenta com a pratica. Uma vez que o reflexo só funciona se acionado na ordem correta, você vai descobrir que dominar essa técnica antiga é a primeira tarefa importante da maternidade.

Interessante notar que não só os pais melhoram com a pratica, mas também os bebês. Muitos pais percebem que, depois de algumas semanas embrulhando-os com firmeza, os bebês começam a esticar os braços e a se acalmar no instante em que são postos sobre o cobertor. É como se eles dissessem “eu me lembro, eu gosto disso”.

Você pode ler sobre as cinco etapas e pensar: o que há de novo? Esses procedimentos são conhecidos há séculos. E você estaria parcialmente certa. As etapas em si não são novas; a novidade, entretanto, são os dois conceitos essenciais que as tornam realmente eficazes: o vigor e a combinação entre elas.
Postado por Naomi em G1F - 12/05/08.

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