quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Eles crescem rápido...

Meu Guri,

por Kalu.

Fui buscar a toalha e deixei meu pequeno a se banhar. Ele pegou o sabonete líquido, colocou na esponja, esfregou o corpo. Sua barriga outrora saliente, já se distribui num corpo esguio, com músculos definidos nas coxas e tórax. Ele retirou o sabão do corpo, aplicou uma pequena quantidade de shampoo, esfregou os cabelos. Passou condicionador e me chamou:

- Mãe, acabei o banho.

Parada na porta eu senti uma estranha sensação de descobrir que agora sou mãe de um menino. O bebê se foi como num passe de mágicas, sem deixar recado de onde está. Ainda me lembro do cheiro de leite do pescocinho regugitado. Do barulhinho que ele fazia procurando o peito, com aquela cabecinha sem firmeza. Como era delicioso aquele pacotinho habitando o sling que matava a saudade do ventre cheio.

Lembro da primeira vez que virou no trocador e quase caiu, matando a mamãe de susto. Das primeiras lagartixadas pelo chão, do engatinhar, dos primeiros passos, das primeiras palavras. Lembro como o mundo andava devagar. Parecia que ele nunca iria dormir sozinho, que nunca comeria sozinho, que nunca brincaria sozinho.

Em alguns momentos em que me sentia apenas dois pares de peito, parecia que o mundo pulsava em novidade, enquanto eu estava parada. Mas ao ouvir aquela risada gostosa, ao acompanhar cada doce conquista, eu me lembrava do mantra da maternidade: Isso passa. E passa rápido demais

Tão rápido que um dia, você vê seu menino comendo sozinho, na mesa com você, contando casos engraçados e sente falta do tempo que comia comida fria. Ou ainda consegue ter humor de lembrar que bastava colocar a comida no prato para o pequenino acordar. Perdi as contas de quantos almoços fizemos juntos: ele no sling e eu desenvolvendo habilidades excepcionais a comer com a mão esquerda.

Hoje vendo meu menino doce, amoroso, seguro e feliz tenho a certeza que fiz as escolhas certas. Respeitar o tempo de dependência dele trouxe uma leveza a minha maternagem e para sua vida como um ser humano íntegro. Só eu sei como tive que fechar os ouvidos da palpitaria do mundo para ouvir meu próprio coração. Como tive que dissolver paradigmas internos de bebe dependente que faz birra e é apegado demais ou que dormir junto com a cria atrapalha a sexualidade e individualidade da criança.


Teorias estão aí para serem lidas, mas o verdadeiro caminho, acredito, está no coração. E segui-lo trouxe frutos doces que transformaram profundamente a mim mesma.

Hoje leio um livro enquanto meu filho brinca ao meu lado. Durmo a noite toda na minha cama e sou acordada pela manhã com uma mãozinha gordinha a me acariciar a face e ver, como numa visão angelical, cabelos desarrumados e aquele bafinho gostoso da manhã. Ver meu pequeno feliz, tranqüilo, inteligente, solicito, obediente, questionador fez valer a penas todas as noites que passei ao seu lado, minha escolha por meu encolhimento profissional para estar mais tempo ao seu lado, minha brigada para permanecer firmes em minhas ideologias diante de um mundo que exige mulheres no mercado de trabalho, crianças precocemente independentes.

Ontem, no carro, enquanto esperávamos meu marido comprar pão, tocava no rádio “Amor de Índio”. Meu filho, me olhava com olhos apaixonados, me acariciava e abraçava em uma expressão incrível de um amor sem medida. Foi uma cena linda, daquelas que a gente guarda dentro da gente, para lembrar para sempre. Eu repetia interiormente, em gratidão – Tudo que move é sagrado. Sim todo amor é sagrado.
 
Postado por Marla, mamãe de Pietro e Mari na G1F

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Cinco mitos de amamentação e os fatos reais

Cinco mitos de amamentação que você provavelmente acreditava serem fatos!

Há tantas barreiras para o sucessso da amamentação que muitas mulheres desanimam e mesmo as que querem amamentar acabam desistindo.

Profissionais da saúde frequentemente atrapalham a amamentação – as vezes até consultoras de amamentação podem dar maus conselhos!

Não é surpresa alguma que as taxas de amamentação no nosso país são tão baixas, não é?

Por isso é tão importante realmente prestar atenção quando alguém tenta lhe explicar alguma informação corrompida e discutir as razões pelas quais amamentação não deu certo para você. Mesmo que seja tarde demais para você, a cada vez que você discute a situação com alguém, você pode tentar desmistificar tudo que foi responsável pelo seu insucesso. Então talvez não deu certo para você, mas alguém pode amamentar graças a sua ajuda!

Então vamos lá- as razões pelas quais as mulheres não amamentaram e porque não são verdadeiras:
1) "Não importa quanto tempo espero entre mamadas, meus peitos nunca estão cheios "

Por alguma razão as pessoas tem a idéia de que os peitos tem que estar cheios, ou não há leite, e que precisam de tempo para encher antes de poder amamentar novamente.

Graças a Deus isso não é verdade, porque seios engurgitados (cheios) o tempo todo podem ser bem desconfortáveis!

Felizmente você só sente os peitos cheios quando o leite vem pela primeira vez porque seu corpo produz inicialmente muito leite (e se você tiver trigêmeos para amamentar?) e então a quantidade de leite produzido começará a se estabilizar conforme a quantidade que seu bebê precisa. Se você esperar que os peitos sintam cheios antes de amamentar, você esperou tempo demais e estará sinalizando seu corpo para produzir menos leite, prejudicando assim sua produção de leite, o que também resultará num bebê faminto!

Após isso, a amamentação está estabelecida e seu suprimento de leite está bem (o que é feito amamentando em livre demanda), a única vez que sentirá o peito cheio é se você pular uma mamada.

(Peito é fábrica, não estoque)
 
2) "Ao menos que você tenha uma alimentação realmente saudável, seu leite materno não é melhor que fórmula."

Também extremamente falso. Na verdade, assim como na gravidez, má nutrição traz mais prejuízos a você do que para o bebê porque você é designada a reproduzir e continuar a espécie, então seu corpo é feito para se importar mais com o bebê do que contigo! Se você não se alimentar adequadamente, seu leite ainda é fabuloso- mas está sugando nutrientes do seu corpo e nutrientes que você precisa para ser saudável.

O único risco de amamentar um bebê quando a mãe não tem uma alimentação adequada é que a mãe poderá não produzir leite suficiente, e isso é mais ligado a hidratação do que a nutrição.

Portanto, dá-lhe água!
 
3) "Meu bebê é alérgico ao meu leite materno!"

Agora, antes de falar que isso é falso, pode não ser- mas as chances do bebê ter alergia a leite materno ou lactose em qualquer forma, condição chamada galactosemia, são extremamente baixas. Isso afeta somente 47 bebês nos EUA por ano.

Então é seguro dizer que essa condição é extremamente rara.

Então, enquanto essa alergia honestamente existe, e bebê não tem escolha senão se alimentar de formula a base de soja ou carne, o mito que estou comentado aqui é de pessoas que dizem que os bebês eram alérgicos ao leite materno e os desmamam com 2 semanas, 5 semanas, etc.

Enquanto possa parecer uma alergia ao leite materno, na verdade é uma alergia a proteina do leite de VACA (ou soja) que passa para seu leite, então você não tem que desmamar seu bebê- você só tem que fazer uma dieta de restrição de leite de vaca ou soja e derivados. Não é razão para desmamar- é preciso somente um esforço por parte da mãe.
 
4) "Tive que dar LA para meu bebê até o leite descer, já que desceu somente no quinto dia!"

Seus seios já produzem colostro antes mesmo do bebê nascer, e é tudo que o bebê precisa!

Quando uma mãe ouve que o colostro se mede em colherzinhas de chá do que em mililitros, ela frequentemente tem dúvidas se é realmente suficiente para os bebês. A resposta curta é que colostro é a única alimentação que bebês nascidos a termo necessitam. As explicações a seguir:

O estômago de um bebê de 1 dia tem a capacidade de cerca de 5-7 ml, ou do tamanho de uma bolinha de gude.

Seu colostro é justamente o volume próprio para as primeiras mamadas do bebê!

No terceiro dia, a capacidade do estômago do bebê aumentou para 22 ml- 30 ml (0.75- 1 oz), ou mais ou menos do tamanho de uma bolinha de gude média. Mamadas pequenas e frequentes garantem que seu bebê se nutra de tudo que precisa.

Por volta do sétimo dia a capacidade do estômago do bebê é agora cerca de 44- 60 mL (1.5-2 oz), ou mais ou menos o tamanho de uma bola de pingue pongue.

Mamadas frequentes asseguram que o bebê se nutra de todo LM que precise, e sua produção de leite se ajuste conforme a demanda.

Então veja, RNs quase precisam de pouco volume de alimento e se você der mais do que seus estômagos diminutos possam lidar provoca vômitos.

Como todos sabem, amamentação obedece a lei da oferta e demanda, então se você complementar no primeiro dia você já está mandando a mensagem para seu organismo para fazer menos leite. Então, quando o leite propriamente ditto descer (o que demora uma média de 3-5 dias ou mais!), você terá menos leite por causa do complemento.

Confie que seu corpo pode produzir leite suficiente na primeira semana de vida, e planeje que seu bebê tenha acesso irrestrito ao peito o dia todo e a noite também- é perfeitamente normal para um RN mamar 12 vezes ao dia, , algumas vezes em intervalos de 40-50 minutos. Isso não é sinal de pouco leite.
 
5) Um jornalista bem intencionado, mas totalmente enganado, escreveu no site Parenting . com "(...)Como o bebê foi prematuro foi necessário suplementar com formula especial por 6 semanas para compensar o fosfato que ele perdeu no útero."

É verdade que alguns bebês prematuros necessitam de formula especial se você não amamenta, não é verdadeiro afirmar que todos prematuros precisam de formula ao inves de leite materno.

Na verdade, é o oposto. Não somente leite materno se modifica e se adapta a bebês prematuros (nos bancos de leite é chamado de ‘leite prematuro’ se ordenhado de mãe de prematuros de 36 semanas de gestação ou menos, diferente do ‘leite a termo’ dos outros).

Essa modificação INCLUEM extra fósforo. Informação sobre amamentação de prematuros-

Estudos mostram que, enquanto a formula especial para alimentar prematuros ajuda os bebês a ganharem peso mais rapidamente, bebês prematuros amamentados desenvolvem melhor suas habilidades motoras, físicas e cognitivas e são liberados da UTI neonatal mais rapidamente.

Bebês amamentados no peito são liberdados da UTI neonatal em media 2 semanas mais cedo do que os que tomam fórmula.

E também prematuros que tomam LM escapam do risco de enterocolite necrosante que os bebês que tomam fórmula continuam tendo.

Para mães que estão tendo dificuldades com ordenha de LM suficiente, leites de bancos de leite dão prioridade especial a bebês em UTIs neonatais, que tem muito a ganhar com o LM. Ligue para uma líder da La Leche League ou vá a alguma reunião, ou de outros grupos de apoio a amamentação na sua área, e obtenha dicas para aumentar sua produção de leite, como usar o sistema de sonda de relactação (SNS).
 
Então é isso. Se algum desses mitos afetou sua amamentação, espero que você pegue essa informação que agora tem, pesquise e se informe ainda mais, e discuta os fatos reais quando porventura conversar sobre amamentação com amigas, conhecidas, familiares. Assim, ninguém mais cairá nas armadilhas que você caiu. . Talvez valha a pena até apresentar esse novo conhecimento e informações para quem quer que seja que te repassou mitos em primeiro lugar.

Enfim, uma das melhores coisas que você aprende com seus erros é a habilidade de ser pró-ativa para ajudar outras pessoas a não repetirem os mesmos erros!


Fontes:

http://thestir.cafemom.com/baby/108659/5_breastfeeding_myths_you_probably

http://www.kellymom.com/bf/supply/milkproduction-faq.html#refillmyth

http://www.galactosemia.com/galactosemia.html

http://www.llli.org/FAQ/colostrum.html

http://www.prematurity.org/baby/breastfeeding-preemie-benefits.htm


Postado por Juliana Bolanho - 09/09/2010 - em G1F - orkut

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Cartilha para desfraldar

Veja os conselhos dos médicos para ajudar os pais e as crianças nesse processo
1ª semana
Leve o pequeno ao banheiro a cada duas horas para fazer xixi. No caso de cocô, respeite os horários de costume. Espere sempre ao lado dele, sem apressá-lo, até que finalize a tarefa. Limpe-o e vista a cueca ou calcinha.
Dica: cante parabéns e festeje as primeiras vezes do xixi e cocô no peniquinho.

2ª semana
Continue levando a criança para fazer xixi e cocô, mas deixe-a sozinha no banheiro. Peça que chame quando tiver terminado.
Dica: recaídas são esperadas. Jamais dê bronca. Em vez disso, diga coisas como: “Você fez xixi na calça, mas não tem problema. Dá próxima vez conseguirá chegar a tempo ao banheiro”.

3ª semana
Deixe a decisão de ir ao banheiro por conta da criança, mas pergunte se não está com vontade pelo menos umas quatro vezes ao dia. Dica: quem limpa o pequeno são os pais, mas mostre para ela como se faz. Nunca se esqueça de apertar a descarga e lavar as mãos (as suas e as da criança) depois de usar o banheiro.

4ª semana
Agora não pergunte nem ofereça. Deixe que a criança vá ao banheiro por conta própria.
Dica: compre cuecas e calcinhas coloridas e com personagens para incentivá-la.


Quando retirar as fraldas?

O início da retirada das fraldas sempre gera grandes dúvidas nos pais. Esse deve ser um momento tranqüilo, considerado como parte da vida da criança e dos pais e encarado sem angústias.

O seu bebê está crescendo, tornando-se mais independente e deixando a mamãe mais livre também. É uma nova etapa, uma nova relação entre pais e criança que começa.

Os pais não devem ter pressa nesse processo. Uma criança que não tem maturidade suficiente para controlar seus esfíncteres (músculos que controlam a saída da urina e fezes) e é forçada a deixar as fraldas, pode ter sérios problemas de incontinência urinária ou de intestino preso. Portanto, não há nada melhor do que dar tempo ao tempo.
A criança precisa ter algumas habilidades para começar ficar sem as fraldas. Ela deve conseguir ficar sentada sozinha de 5 a 10 minutos, andar, falar para conseguir pedir para ir ao banheiro e tirar suas roupas que devem ser de fácil manuseio, como a de elásticos.
Geralmente, uma criança de 2 anos de idade já se encontra pronta para o início da retirada das fraldas. Nunca se esqueça que cada criança tem o seu desenvolvimento e o seu tempo para aquisição de habilidades. Respeite o momento de cada criança.
 
Tá chegando a hora!
Uma dica para reconhecer que já pode começar o treinamento é quando a criança aponta ou comunica que está suja ou que está fazendo xixi ou cocô ou então quando se interessa pelo o que os pais ou irmãos vão fazer no banheiro.
Explique sempre o que acontece no banheiro de forma que a criança possa entender que aquele lugar é o ideal para fazer o xixi e o cocô. Deixar a porta do banheiro aberta faz com que a criança imite os mais velhos e perceba que esse “ritual” é corriqueiro.
Para iniciar o processo, compre um penico de escolha da criança e deixe no lugar em que a criança costuma brincar. A criança deve explorar o penico (não a deixe colocá-lo na cabeça) e ser estimulada a sentar nele com roupa, enquanto os pais explicam para que serve ou brincam com ela.
Quando a criança estiver familiarizada, coloque o penico no banheiro e passe as eliminações da criança da fralda para o penico na presença dela, sempre conversando e explicando o que acontece. Comece a deixar a criança de calcinha ou cueca sentada no penico.
Quando a criança conseguir passar uma grande parte do dia seca já se pode retirar a fralda. Não deixe de oferecer o banheiro ao pequenino várias vezes ao dia. Após o início do controle, ainda leva de 5 a 6 meses para que se efetue. Deve-se adaptar o vaso sanitário para a criança e estimular a utilização assim que estiver fazendo uso efetivo do penico.
Nunca retarde a ida ao banheiro quando a criança pedir. Respeite seus limites e capacidades. A fralda noturna pode ser retirada quando a criança começa a acordar seca. Isso acontece logo depois do controle diurno. As fezes são controladas um pouco mais posteriormente.
 
Vida sem fralda
Prepara-se para encontrar a cama molhada no começo do treino da retirada das fraldas noturnas. Isso é normal. Entre os dois e cinco anos de idade, a criança não tem total controle esfincteriano e podem ocorrer acidentes. Evite oferecer líquidos antes da hora de dormir e leve a criança ao banheiro antes de deitar ou mesmo durante a noite.

Não puna ou castigue a criança por ter fracassado. Essa atitude só atrapalha o aprendizado da criança. Elogie sem exageros quando a criança obter sucesso. Muitas vezes poderá ficar sentada no penico e no vaso sanitário sem fazer nada e assim que sair urinar ou fazer coco na roupa. É normal, o controle esfincteriano está começando. Limpe a criança e faça tudo de modo natural

Meninos e meninas aprendem primeiramente sentados. Os meninos devem ser estimulados a fazer xixi em pé como o papai depois do controle já adquirido.
Algumas crianças regredirem nesse processo, pois podem querer chamar a atenção. Um motivo bastante comum para a regressão é a chegada de um novo irmãozinho.
Faça desse momento um período de trocas com seu filho. Dê muito amor e carinho. O único trabalho dos pais é criar condições para que o processo de aprendizado seja o mais descontraído possível



Meu filho está pronto para tirar a fralda?

Parece que foi ontem que você estava trocando aquelas fraldas minúsculas de recém-nascido, e agora já está pensando se está na hora de o seu filho largar a fralda de vez! Não existe uma idade certa para aprender a fazer xixi e cocô no penico ou na privada. Mais que a idade, é preciso prestar atenção nos sinais que a criança dá.

Só inicie o processo do desfraldamento quando seu filho mostrar que está preparado. Veja abaixo alguns desses sinais. Você não precisa ter marcado absolutamente todos para começar. Procure identificar no seu filho a vontade de se tornar mais independente.

Sinais físicos
Anda com firmeza, e até consegue correr.
Faz bastante xixi de cada vez (e não de pouquinho em pouquinho).
Faz um cocô razoavelmente sólido, em horários mais ou menos previsíveis.
Fica "seco" por pelo menos três ou quatro horas, ou seja, os músculos da bexiga conseguem segurar a urina.

Sinais de comportamento
Consegue ficar sentado na mesma posição por entre dois e cinco minutos
Consegue abaixar e levantar as calças.Fica incomodado quando a fralda está suja ou molhada.
Demonstra interesse nos hábitos de higiene (gosta de observar os outros irem ao banheiro ou quer usar cueca ou calcinha).
Não demonstra resistência à idéia de usar o penico ou a privada.
Está numa fase em que gosta de colaborar, e não numa fase "do contra".

Sinais cognitivos
Consegue seguir instruções simples, como "vá pegar aquele brinquedo".
Entende que cada coisa tem o seu lugar.
Tem palavras para xixi e cocô.
Entende os sinais físicos de que está com vontade de ir ao banheiro, e consegue pedir para ir (ou até segurar a vontade um pouco).


Desfraldamento: o que não funciona

1 - Começar antes do tempo
É verdade que não existe uma idade certa ou ideal para começar a tirar as fraldas da criança, mas a maioria começa a ficar pronta, em termos físicos e cognitivos, mais ou menos por volta dos 2 anos de idade (embora algumas só estejam preparadas bem depois de completar 3 anos).
Use nossa lista de sinais para saber se seu filho está ou não pronto. Ele não estava, você começou mesmo assim e nada deu certo? Não tem problema. Sempre dá para voltar atrás e consertar as coisas.

2 - Começar na hora errada
Dar início ao treinamento perto de o irmãozinho nascer, ou de uma mudança de casa ou de escola, qualquer coisa que altere muito a rotina da criança, não é uma boa idéia. Crianças pequenas vivem de rotina, e qualquer alteração é suficiente para bagunçar o mundo e a cabeça delas.
O melhor é esperar até a mudança já ter acontecido e a criança estar acostumada a ela. Se você já cometeu o erro e começou numa hora imprópria (e as coisas não saíram como você queria), pense se não vale a pena dar um tempo e tentar de novo quando tudo estiver mais calmo.

3 - Forçar a barra com a criança
Se seu filho começou a demonstrar interesse em abandonar a fralda, ótimo! Mas não faça pressão para que ele aprenda a fazer cocô e xixi no lugar certo. É duro segurar a ansiedade, mas você corre o risco de deixar a criança aflita e assustada, e tudo o que você não quer é que ela comece a segurar o cocô, o que pode levar a casos graves de prisão de ventre.
Vá avançando no ritmo da criança, passo a passo, devagar. É claro que você pode incentivá-la com livrinhos, histórias, idas ao banheiro, cuecas e calcinhas novas. Mas não force a barra se ela não quiser.
E não exagere nas ofertas: se você tiver de levá-la ao banheiro de hora em hora para não haver acidentes, quem está treinado é você, não seu filho! Bastará você esquecer de colocá-lo no penico ou na privada para o xixi escapar.

4 - Ceder aos palpites da família
A cada semana que passar vai ficar mais difícil, mas aguente firme: muita gente vai dizer que você está esperando demais para tirar a fralda dessa criança. Simplesmente ignore os palpites, e só tome a decisão de começar o desfraldamento quando tiver certeza. Lembre que para cada criança o momento em que dá aquele "clique" é diferente.
O jeito de tirar a fralda de uma criança mudou bastante nos últimos 40 anos, por mais que sua avó diga que sua mãe com 1 ano já não usava mais fralda nem mesmo à noite. Pesquisas demonstraram cientificamente que as crianças só começam a controlar os músculos da bexiga e do reto a partir de 1 ano e meio.
Quando ouvir esse tipo de história, prepare o seu melhor sorriso e diga: "Já temos tudo planejado, não há com o que se preocupar". (Converse com outros pais e mães nos nossos fóruns se precisar de uma força!)

5 - Castigar a criança pelos acidentes e escapadas
Dar bronca, ficar bravo ou botar de castigo porque a criança não está interessada no penico, recusa-se a sentar lá ou deixa escapar o xixi ou o cocô é um dos problemas mais comuns do desfraldamento, porque não dá resultado nenhum -- muito pelo contrário, pode retardar o processo ou causar problemas.
Os acidentes fazem parte do processo. Quanto mais bronca a criança levar, menos interessada ficará em aprender: ela vai ter medo de deixar escapar de novo e levar mais bronca. Outro efeito colateral é a criança começar a segurar o cocô, o que pode levar a casos graves de prisão de ventre.
Não é fácil manter a calma no meio daquela sujeira toda. Mas conte até dez e faça o que é preciso fazer para limpar a bagunça. Lembre-se de que é só por um tempo, e logo seu filho estará treinado.
Caso os acidentes estejam muito frequentes e você esteja com dificuldade de manter a calma, talvez seja o caso de voltar atrás e só tentar de novo quando a criança demonstrar real interesse.

http://brasil.babycenter.com/toddler/tirar-fralda/nao-funciona/
 
Postado por Rose*Lisa*Sarah em 19/08/10 na G1F

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Dificuldades na hora da amamentação: 15 dicas

Todo mundo está cansado de saber que o leite materno é fundamental para a saúde e o desenvolvimento do bebê, mas também escuta histórias de mulheres que sofreram horrores amamentando. Algumas se adaptam à nova rotina, outras não. Isso acontece porque, apesar de ser um ato natural na teoria, na prática, o processo pode ser bem difícil.

Nem a mãe nem o bebê sabem exatamente o que fazer, em que posição ficar. O bico do seio, uma parte do corpo praticamente sem função até então, passa a ser usado várias vezes por dia e fica muito sensível. E as mamas nem são transparentes ou têm graduações para sabermos quanto a criança bebeu!

Nos primeiros dias em casa, sem a ajuda das enfermeiras da maternidade, os problemas podem ganhar tamanha dimensão que você vai questionar como as outras mulheres fizeram isso. Não adianta achar que na primeira mamada tudo vai correr bem, como nos filmes e nas novelas. É importante ter isso bem claro para não se decepcionar. "Como todo processo de aprendizagem, existem as dificuldades. E exige muita paciência e tranqüilidade", diz a enfermeira obstetra Márcia Regina da Silva, do Hospital São Luiz, em São Paulo.

Muitas mulheres pensam em parar por motivos emocionais, cansaço ou desânimo com a demora do bebê para se adaptar ao peito. Raramente o motivo é fisiológico. No segundo mês nem vai lembrar-se de que os problemas existiram. Acredite, a amamentação vai deixar muita saudade.
 
Prepare-se
 
Cursos para gestantes podem ajudá-la a ter noções sobre o que é amamentar, como funciona a produção e ejeção do leite, como o bebê deve pegar corretamente no bico do seio. Correr atrás de informações é a melhor forma de se preparar para os desafios que podem surgir. Artifícios para tornar os mamilos mais resistentes, como passar a toalha de banho e tomar sol nos seios só devem ser feitos quando indicados pelo obstetra, pois cada mulher responde de uma forma aos procedimentos.

Peça apoio da família

É imprescindível que você se sinta acolhida e apoiada por seus parentes e amigos. Isso significa ter pessoas solícitas que não façam cobranças ou comparações e entendam que nesse momento você deve ficar disponível aos horários e exigências do bebê. O que muitas vezes significa atrasar os passeios, deixá-la dormir ou fazer sala para visitas fora de hora.

Seja flexível

Você não está sozinha. Cerca de 70% das mulheres têm dificuldade na amamentação. É bom saber que não é um processo 100% fisiológico, envolve também as emoções. E depende inclusive do bebê. Às vezes, ele não consegue sugar porque é muito sonolento ou não tem tônus muscular. Se a adaptação demorar e estiver muito difícil, converse com o seu pediatra sobre a possibilidade de você ordenhar seu leite e oferecer em um copinho. Isso não vai desacostumá-lo ao peito, pois nessa situação ele não estará sugando, apenas lambendo. É uma maneira de alimentá-lo e dar tempo para que a adaptação ocorra. Você vai se sentir mais segura de ver seu filho comendo e esse sentimento pode ajudar no processo de amamentação.

Faça suas regras

Existem alguns procedimentos que você precisa seguir para alimentar seu filho com mais tranqüilidade, mas não dá para fazer tudo que ouviu ou leu sobre o assunto. Algumas coisas, como a melhor posição, horário ou local, você só descobrirá na prática e em alguns casos só funcionarão com você e seu bebê. O importante é que os dois se sintam confortáveis.
 
Divirta-se
 
Você terá de ficar sempre disponível para os chamados do seu filho, mas procure também se distrair. Quando ele dormir, vá para a cama junto ou use esse tempo para correr até a manicure ou ler um pouco. Assim que o pediatra liberar o bebê para sair de casa, aproveite para passear e leve-o junto, nem que seja até a casa dos avós ou da sua melhor amiga. Isso vai ajudá-la a desestressar.

Escolha um local tranqüilo e confortável para amamentar

Nos primeiros 15 dias, procure ficar sozinha com seu pequeno, para não distraí-lo. Barulho e muita gente por perto podem agitar mãe e filho. Estudos já comprovaram que o alto índice de adrenalina, resultado de grande movimentação, pode inibir a produção de leite. Além disso, sozinha você terá mais liberdade para tomar decisões, livre de palpites. E sempre que possível prefira amamentar seu filho em locais iluminados, para que ele fique alerta e focado no que está fazendo. Se ele não se adaptar à posição tradicional, tente a invertida, mantendo-o na mesma posição, mas mudando de seio.

Cuide do bico dos seios

Embora a produção de hormônios torne os bicos mais resistentes, sempre há riscos de fissuras. Não existe método milagroso para curar isso. Para ajudar, evite lavar os mamilos imediatamente antes ou depois das mamadas. Como o leite tem efeito bactericida e hidratante, passe um pouco nos bicos após o aleitamento. Procure trocar o sutiã quando estiver molhado e só lave a região com água, sem passar nenhum produto. Uma opção, se racharem, é usar um bico de silicone nos mamilos.
 
Aprenda a pega correta

Para evitar dores e rachaduras no bico dos seios, o bebê deve fazer a pega corretamente. Se ele abocanhar somente o bico, tire-o do peito e o recoloque, até que pegue também boa parte da auréola. A boquinha deve estar bem aberta, com o lábio inferior voltado para fora e o queixo encostado na sua pele. O próximo passo é monitorar a efetividade da sucção. Covinhas e barulhos não são bons sinais. Quando a criança pega o peito corretamente, o leite sai em quantidade suficiente, ela engole tranqüilamente e a mãe não sente dor.

Ele pode querer só um peito

Muitos bebês dão preferência ao peito esquerdo, pois se sentem mais confortáveis ao som da batida do coração. Você pode resolver isso mudando ele de lado sem que ele perceba, não o vire, leve o braço para a outra direção deixando-o na posição invertida. Assista ao nosso vídeo.

Evite que o leite empedre

Algumas mães sofrem com o excesso de produção de leite, isso pode ocasionar enrijecimento da mama que provoca dor e atrapalha a sucção do bebê. Para evitar esse problema massageie as mamas com movimentos circulares e se necessário faça a ordenha manual para facilitar a pega do bebê.


Ele dormiu? Relaxe

O contato com sua pele acalma o bebê, ele se sente confortável em seus braços e pode adormecer durante a mamada. Isso é absolutamente normal entre recém-nascidos. Certifique-se que ele arrotou e deixe-o dormir, ele acordará logo, e cheio de fome.

Não escute tanto os palpites

Prepare-se para ouvir dicas de todo mundo. As frases mais comuns são: "Seu leite é fraco", "Ele está com fome", "Acho melhor você começar com os complementos", "Passe logo para a mamadeira, é muito mais fácil". Diante desse bombardeio, a dica é não dar ouvidos. Acredite: segundo os especialistas, palpites errados são uns dos principais fatores responsáveis pelo desmame precoce.
Aproveite o seu companheiro

Ele pode ajudar mais do que você imagina. Um estudo americano chegou à conclusão de que o apoio do companheiro pode ser até mais útil para a mulher do que a ajuda profissional. Pediatras americanos constataram também que mulheres cujos maridos tiveram uma aula de 40 minutos sobre como lidar com os problemas mais comuns da amamentação tiveram 67% mais chances de amamentar seus bebês por mais tempo.

Crie uma rotina mínima

Procure manter certa disciplina no intervalo entre as mamadas, lembrando de descansar, tomar banho e comer. Organizar as refeições é necessário ou você só vai sentar para almoçar exatamente no horário em que o bebê quiser mamar. E, com fome, ninguém consegue amamentar direito.

Delegue

Quanto mais responsabilidades você delegar à empregada e aos parentes, mais tempo terá para se dedicar ao seu filho. Se tiver de pensar no cardápio da semana, fazer compras, cuidar do sofá manchado ou se as roupas do bebê secaram, não terá tempo nem paciência para lidar com o processo de amamentação. Peça ajuda e deixe os outros fazerem algumas coisas por você e poupe-se um pouco para o que só compete a uma mãe, que é amamentar.

 
Postado por Rose*Lisa*Sarah Domingues - 11/08/2010 - em G1F - orkut

Benefícios da Amamentação

Estudo confirma benefícios da amamentação exclusiva contra infecções

Bebês alimentados exclusivamente com o leite materno nos primeiros seis meses de vida - e que continuam sendo amamentados por alguns meses após esse período, mesmo com a inclusão de outros alimentos - têm menor risco de infecções respiratórias e gastrointestinais, segundo estudo que será publicado na edição de julho da revista médica Pediatrics. E, de acordo com os especialistas, seis meses de amamentação exclusiva é ainda melhor.

Avaliando mais de 4 mil mães, os pesquisadores observaram que apenas 1,4% dos bebês haviam sido alimentados exclusivamente pelo leite materno até os seis meses de idade. E esses bebês apresentavam, significativamente, menores riscos de infecções no trato respiratório inferior e superior e no trato gastrointestinal. Aqueles amamentados exclusivamente por quatro meses também apresentaram bons resultados nesse sentido, mas em menor escala.

“O aleitamento materno exclusivo até a idade de seis meses e parcialmente após esse período foi associado a uma significativa redução da morbidade respiratória e gastrointestinal em bebês”, escreveram os autores na publicação. De acordo com os especialistas esses resultados são muito importantes, visto que essas infecções são as principais causas de doenças nas crianças. E isso está em consonância com as recomendações da Organização Mundial da Saúde. “Nossas descobertas apoiam estratégias de políticas em saúde para promover a amamentação exclusiva por pelo menos quatro meses, mas, preferencialmente, por seis meses em países industrializados”, destacaram.

Fonte: Pediatrics. Edição prévia de julho de 2010.
 
Amamentação protege o bebê de problemas gastrointestinais, respiratórios e infecções de ouvido
Diversos estudos têm mostrado que a diarréia, as doenças respiratórias baixas e as infecções de ouvido acontecem com menos freqüência em bebês que mamam no peito; e, quando chegam a acontecer, essas doenças não são tão severas. A amamentação exclusiva durante os seis primeiros meses de vida é a responsável por essa proteção.

Pesquisadores descobriram que fatores de imunidade presentes no colostro (o primeiro leite que o corpo produz) protegem contra germes invasores através da formação de camadas protetoras nas membranas mucosas dos intestinos, nariz e garganta do bebê.

O principal fator de imunidade encontrado é o secretor IgA (imunoglobina A). Ele está presente em grande quantidade no colostro - por isso é tão importante amamentar logo que o bebê nasce -, mas é encontrado também em concentrações menores no leite maduro.

A amamentação materna também pode evitar que o bebê venha a desenvolver um caso de evacuação inflamatória no futuro. Pesquisas documentaram uma relação entre a falta de leite materno na infância e o desenvolvimento, no futuro, da doença de Crohn e da colite ulcerosa.

Menos riscos de alergias

Estudos descobriram que a amamentação exclusiva durante os primeiros seis meses (ou mais) de vida diminui as chances de a criança desenvolver alergias respiratórias e alergias ligadas à comida. Essa proteção, de acordo as com pesquisas, dura até a adolescência.
 
Crianças maiores que ainda mamam adoecem menos.
Amamentar o bebê depois dos 6 meses diminui 90% de ter pneumonia,pois o leite ajuda a criança desenvolver mais anticorpos para uma gripe não se tornar uma pneumonia.

Os fatores de imunidade do leite materno aumentam em concentração, à medida que o bebê cresce e mama menos. Portanto, crianças maiores continuam recebendo os benefícios da imunidade (Goldman et al, 1983).

Um estudo de Bangladesh demonstra, dramaticamente, os efeitos que essa imunidade pode ter. Nessas péssimas condições de vida, descobriu-se que crianças desmamadas entre o 18º e 36º mês de vida dobraram os riscos de morte (Briend et al, 1988). Este efeito foi atribuído especialmente aos fatores de imunidade, apesar de que, provavelmente a nutrição também foi muito importante.
 
Mães que amamentam por mais tempo também são beneficiadas


A amamentação ajuda na recuperação de peso pré gestacaional;

A amamentação prolongada pode diminuir a fertilidade e suprimir a ovulação em algumas mulheres

A amamentação reduz o risco de câncer de ovário (Schneider, 1987)

A amamentação reduz o risco de câncer de útero (Brock, 1989)

A amamentação reduz o risco de câncer de câncer de endométrio (Petterson, 1986)

A amamentação protege contra osteoporose. (Blaauw, 1994)

A amamentação reduz o risco de câncer de mama (McTieman, 1986; Layde, 1989; Newcomb, 1994; Freudenheim, 1994).

A amamentação tem demonstrado diminuir a necessidade de insulina da mãe diabética (Davies HA, British Med J, 1989).  
 
Por Juliana em 11/08/10 na G1F

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Seu filho é uma boa pessoa

l...] de facto, não sei para que serviria ter filhos, se não pudéssemos confiar neles.

CHARLES DICKENS, Nicholas Nickleby

Muitos especialistas, provavelmente bem-intencionados, falam-nos dos problemas comportamentais das crianças. Existem problemas de alimentação, problemas de sono, ciúmes, violência, egoísmo... Toda a gente nos fala dos problemas dos nossos filhos, como detectá-Ios, como preveni-Ios ou como solucioná-Ios, de como nos «manipulam» e a razão por que é preciso estabelecer limites. Ninguém nos lembra que os nossos filhos são boas pessoas.

E são-no. Têm forçosamente de o ser. Nenhuma espécie animal poderia sobreviver se os seus indivíduos não nascessem com a capacidade de adquirir o comportamento normal dos adultos e com a tendência para o fazer. Não é necessário muito esforço para ensinar um leão a comer carne e uma andorinha a voar para África.

O que é difícil, o que requer métodos de educação absolutamente aberrantes, seria conseguir um leão vegetariano e uma andorinha que não emigrasse. A imensa maioria dos recém-nascidos, quando criados adequadamente (isto é, com amor, respeito e contacto físico), serão crianças normais e, mais tarde, adultos

normais. O ser humano é um animal social e, por isso, a capacidade para amar e ser amado, respeitar e ser respeitado, ajudar os outros e obter ajuda dos outros membros do grupo, compreender e respeitar normas sociais (em resumo, ser uma boa pessoa) são aspectos normais da nossa personalidade. A educação esmerada, a religião ou a lei podem dar-nos outras coisas; mas não são imprescindíveis para se conseguir ser uma boa pessoa.

Os nossos antepassados, sem dúvida, já eram boas pessoas quando viviam em grutas, do mesmo modo que as galinhas são «boas galinhas» sem necessidade de escola ou de polícia.
o seu filho é desinteressado

Lama, de três meses, chora desconsolada. Mamou, tem a fralda limpa, não tem frio, não tem calor, o alfinete não a está a picar. A mãe pega-lhe ao colo, diz algumas palavras carinhosas e imediatamente Lama se tranquiliza. Volta a deitá-Ia no berço e ela começa a chorar.

- Não tem fome, não tem sede, não tem nada - dizem as más-línguas -, que raio quererá agora?

Quer a mãe. Quere-a a si. Não a quer pela comida, nem pela roupa, nem pelo calor, nem pelos brinquedos que lhe comprará mais tarde, nem pela escola particular onde a vai inscrever, nem pelo dinheiro que lhe deixará como herança. O amor de uma criança é puro, absoluto, desinteressado.

Freud acreditava que as crianças amavam a mãe porque dela obtinham o alimento. Esta á a chamada teoria do impulso secundário (a mãe é secundária, o que vem em primeiro lugar é o leite). Bowlby, com a sua teoria do apego, defende exactamente o contrário: a necessidade da mãe é independente da necessidade de alimento e provavelmente maior.

Por que razão não desfruta, como mãe, dessa maravilhosa sensação de amor absoluto? Sentir-se-ia melhor se o seu filho só a chamasse quando tivesse fome, sede ou frio, e passasse perfeitamente sem si quando estivesse satisfeito? Ninguém negaria a comida a uma criança que chora com fome; ninguém deixaria de abrigar uma criança que chora com frio. Deixaria chorar uma criança que o faz porque necessita de carinho?



O seu filho é generoso

Há pouco tempo, uma mãe, preocupada, perguntava-me quando deixaria o seu filho, de um ano e meio, de ser tão egoísta; quando aprenderia a partilhar.

Por que razão aprender a partilhar é algo de tão obsessivo para pais e educadores? Para que vai servir às crianças aprenderem a partilhar? Nós, adultos, não partilhamos quase nada.



Um exemplo: Isabel, que ainda não tem dois anos, brinca no parque com o balde, a pá e a bola, sob o olhar atento e carinhoso da mãe. Claro, como não tem mãos que cheguem, nesse momento apenas a pá está na sua posse, o balde e a bola encontram-se a uma certa distância. Aproxima-se uma criança desconhecida, mais ou menos da mesma idade, senta-se ao lado de Isabel e, sem dizer palavra, agarra a bola de Isabel. Há dez minutos

que Isabel não ligava à bola e, no início, continua a bater no chão com a pá. Tranquila? Um observador atento terá reparado que as pancadas são mais fortes e que Isabel vigia a bola pelo canto do olho. O recém-chegado,por seu lado, parece plenamente consciente de que pisa terreno perigoso; afasta a bola, observa o efeito, volta a aproximá-la... Para que não haja lugar a mal-entendidos, Isabel adverte: «É minha!» E vê-se obrigada a

especificar: «A bola é minha!» O intruso, que aparentemente não domina frases de três palavras (ousimplesmente prefere não se comprometer), limita-se a repetir: «Bola, boooola, bola!» Sem dúvida com receio de que estas palavras correspondam a uma reivindicação de propriedade, Isabel decide recuperar a posse plena da sua bola verde. O intruso não oferece demasiada resistência, mas, num descuido, consegue agarrar no balde. Isabel brinca durante uns minutos, satisfeita, com a bola recém-recuperada, mas logo se inquieta. E o balde? Mas onde iremos parar?

Podemos passar assim metade da tarde. Umas vezes Isabel cederá de boa vontade, durante alguns minutos, um dos seus brinquedos. Outras vezes, acabará por o tolerar de má vontade. Outras ainda, não o vai tolerar de todo. Por vezes, ela mesma oferecerá ao menino a sua própria pá em troca do próprio balde. Pode haver algum choro e gritos de ambas as partes; mas, em todo o caso, é provável que o seu novo «amigo» consiga bastantes momentos de brincadeira relativamente pacífica.

É muito possível também que ambas as mães intervenham. E aqui produz-se algo que nunca deixa de me surpreender: em vez de defender como uma leoa a sua cria, cada uma das mães se põe do lado da outra criança. «Vá lá, Isabel, empresta a pá a esse menino.» «Vamos, Pedrinho, devolve a pá à menina.» No melhor dos casos, as coisas ficarão por estas suaves exortações; mas, não poucas vezes, as mães competem em

generosidade (porque é fácil ser generoso com a pá dos outros!): «Vá lá, Isabel, se te portas assim, a mamã vai aborrecer-se!» «Pedrinho, pede desculpa agora mesmo ou vamos embora!» «Deixe-o, minha senhora, deixe-o brincar com a pá! Ela é uma egoísta...» «E o meu é terrível, tenho de estar sempre atrás dele, porque está sempre a aborrecer os outros meninos e a tirar-lhes coisas...» E, assim, acabam os dois de castigo, como pequenos países em conflito que poderiam facilmente ter chegado a um acordo amistoso, se as superpotências não tivessem intervindo.Cenas como estas, repetidas mil vezes, fazem com que por vezes consideremos os nossos filhos egoístas.

Nós sem dúvida que partilharíamos uma pá de plástico e uma bola de borracha. Mas será mesmo porque somos mais generosos do que eles ou são os brinquedos que não nos interessam?

É necessário colocar as coisas em perspectiva. Imagine que é você quem está sentada num banco do parque a ouvir música. Ao seu lado, sobre o banco, está a mala sobre um jornal dobrado. Nisto aproxima-se um desconhecido, senta-se ao seu lado e, sem dizer palavra, começa a ler o seu jornal. Pouco depois deixa o jornal (aberto e atirado para o chão!), agarra na mala, abre-a, olha para o seu interior... Será que a leitora saberia partilhar? Quanto tempo esperaria para dizer duas verdades ao desconhecido ou para agarrar na mala e sair a correr? Se visse passar um polícia ao longe, não o chamaria? Imagine agora que o polícia se aproxima e lhe diz:

- Vá lá, dê a sua mala a este cavalheiro ou aborreço-me. O senhor desculpe, mas esta senhora não sabe partilhar... Gosta do telemóvel? Telefone, telefone para onde quiser... A senhora cale-se, se continua a protestar, vai ver...

A nossa disposição para partilhar depende de três factores: o que emprestamos, a quem e durante quanto tempo. A um colega de trabalho poderemos emprestar um livro durante semanas, mas aborrece-nos que um desconhecido mexa no nosso jornal sem pedir licença. Só a um grande amigo ou a um familiar emprestaríamos o automóvel para ir passear. Uma criança pequena tem poucas coisas suas, e um balde, uma pá ou uma bola

são tão importantes para ela como para nós a mala, um computador ou uma moto. O tempo parece longo eemprestar um brinquedo durante uns minutos é tão difícil para ela como para o pai emprestar o automóvel durante alguns dias. E também é diferente quando se trata de amigos ou de desconhecidos, mesmo que não estejamos conscientes disso. Por exemplo, qual destas duas frases usaria a mãe de Isabel para resumir as

histórias que contámos?
a) Enquanto a Isabel estava a brincar na areia com um amigo, um desconhecido agarrou no meu jornal e quase me roubou a mala. Que susto!

b) Enquanto eu e um amigo brincávamos com a minha mala, um desconhecido tentou tirar a bola da Isabel.Que susto!


Claro que, do ponto de vista de um adulto, qualquer criança de dois anos, indefesa e inocente, é um «amiguinho». Mas quando se mede menos de um metro, um menino de dois anos é um desconhecido e pode mesmo ser «um indivíduo com intenções suspeitas».

Um exemplo final: Henrique, de vinte e cinco anos, não sabendo como acalmar o choro do seu filho de oito meses, usa as chaves do carro como se fossem um sino. O menino agarra nas chaves, sacode-as, olha-as, volta a sacudi-las. Uma menina de cerca de seis anos aproxima-se e brinca com ele: «Que lindo! Como se chama? Quantos meses tem?» (É uma dessas meninas precoces.) «O meu primo António também tem oito meses. Hoje

não veio porque tem uma otite.» «Olá, bebé! Que chaves tão giras! Dás-mas? Toma, dou-te esta bola em troca.» Henrique está encantado com a nova amiga do filho, até que a menina sai a correr com as chaves, deixando a bola como pagamento justo. Quantos décimos de segundo pensa que Henrique esperaria para correr atrás dela e recuperar as chaves? O menino partilhou, mas o pai não está disposto a fazê-lo.

Em comparação, os nossos filhos são muito mais generosos do que nós.


o seu filho é equânime

Quer dizer, tem tendência para manter um estado de ânimo estável. Em palavras mais simples, o seu filho não é nada chorão.

Como não, se passa o dia a chorar? As crianças pequenas, é verdade, choram mais frequentemente do que os adultos e por isso costumamos dizer que as crianças são choronas.

E se a verdade for simplesmente porque têm mais motivos para chorar? «Mas choram sem razão», dirá você. «Choram por qualquer disparate.» Choram, conforme a idade, porque caiu uma torre de peças de construção, porque não lhes compramos um gelado, porque os levamos ao médico, porque nos vamos embora durante cinco minutos, porque não encontram a mamã logo à primeira tentativa, porque lhes mudamos a fralda, porque lhes secamos o cabelo... Nenhum adulto choraria por causa dessas coisas, desde já.

E por que razão chora o leitor? Faça uma experiência: sente no colo o seu filho de um ou dois anos e falelhe das coisas mais tristes de que se lembrar: «Vão fazer-te uma inspecção das finanças», «Despediram-te do emprego», «Estão a aparecer-te uns pés de galinha horríveis», «A tua equipa de futebol vai baixar para a segunda divisão...» Ele não vai chorar. As coisas que fazem chorar os adultos e as crianças são completamente

diferentes.

Entre as coisas que fazem uma criança pequena chorar com maior frequência encontram-se:

- Separar-se durante uns minutos da mãe.

- Tentar fazer alguma coisa que não consegue.

- Notar algo de estranho e não saber o que é.

- Necessitar de alguma coisa e não saber como a conseguir.

Todas elas são coisas, para sua desgraça, que podem acontecer (e acontecem) várias vezes ao dia. Pelo contrário, as coisas que fazem chorar os mais velhos acontecem apenas de vez em quando. Por isso parece que somos menos chorões, mas não é verdade. Se a nossa equipa descesse à segunda divisão várias vezes ao dia, se

nos despedissem do trabalho todas as manhãs, se todos os dias morressem vários dos nossos melhores amigos, passaríamos também o dia a chorar.



O seu filho sabe perdoar

Emília e o filho, Óscar, de seis anos, tiveram uma grande discussão. Para não nos perdermos com os pormenores, digamos apenas que a mãe de Óscar queria que ele tomasse uma ducha e ele achava que estava perfeitamente limpo. Houve gritos, choros, insultos e ameaças. Uma testemunha imparcial iria reconhecer que a maior parte do choro veio de uma das partes do conflito e a maior parte dos insultos e das ameaças da outra.

Isso aconteceu há uma hora. Qual destas duas pessoas pensa você que está agora feliz e contente, e continua com as suas ocupações como se nada se tivesse passado, mostrando-se mesmo mais alegre e bajulador do que

habitualmente; e qual delas émais provável que esteja ainda aborrecida, fazendo censuras e resmungando?

«Olha mamã, olha o que estou a fazer.»

«Não, a mamã não acha graça.»

«Vamos ao jardim zoológico no domingo?»

«E tu achas que mereces? Achas que te portaste bem?»



Artur, o pai, regressa agora do trabalho. Qual das frases seguintes pensa que vai ouvir:



a) «A mamã foi terrível esta tarde, não imaginas a cena que

me fez. Tens de falar com ela.»

b) «O menino esteve toda a tarde muito impertinente, não

me obedeceu. Tens de falar com ele.»

Os nossos filhos perdoam-nos todos os dias dezenas de vezes. Perdoam sem fingimentos, sem censuras, até esquecer por completo o problema. Deixam de estar aborrecidos muito mais rapidamente do que nós.


O seu filho é valente Imagine que está à espera da sua vez no banco, quando entram uns indivíduos armados e com o rosto tapado. Dizem-lhe para se deitar no chão. Não o faz? Se lhe dizem que se cale, não se cala? Se lhe dizem para ficar quieta, não fica como uma pedra? Acha que uma criança de dois anos teria obedecido? Impossível.

Nenhuma força, nenhuma ameaça, nem sequer uma pistola a apontar para ela pode fazer com que uma criança de dois anos fique quieta durante meia hora, deixe de pedir para fazer chichi ou deixe de chorar quando está a fazer uma birra. Admire o seu valor, em vez de se fixar na sua «teimosia».

(...)

Postato por Marla em 07/07/10  na G1F

terça-feira, 29 de junho de 2010

Ser mãe é.... ouvir palpites!

"Quando nasce um bebê, nasce uma mãe... e uma legião de palpiteiros!" Já dizia uma amiga...

Começam quando você conta que está grávida: "devem ser dois...", "você está comendo pouco..."
No final da gravidez te enlouquecem: "sua barriga tá baixa...", "ainda não nasceu?"
E quando você conta que vai ter parto normal? "Você é louca? A medicina evoluiu tanto..."
Então o bebê nasce e você pensa que acabou? Nããããooooooooooo...
"Ele está com fome, melhor dar mamadeira", "cólicas? Chazinho melhora que é uma beleza", "dormindo na sua cama? Só vai sair com 10 anos..."

Enfim, todo mundo tem um pitaquinho para dar... e você pobre mãe fresca fica lá perdida com aquele bebê chorando e um monte de coisas na cabeça. Olha o peito, olha o bebê, pensa no NAN, pensa no chá, olha pra porta - será que se eu sair correndo ajuda?...
E nesse momento eu tenho um só pitaco para te falar: feche os olhos, respire fundo e busque dentro de você as SUAS respostas. Sim... porque a resposta da Marla, da Joana, você tem... mas as SUAS respostas, aquelas que irão guiar o desenvolvimento do SEU filho, só você tem.
Agarre as rédeas e vá para onde o seu instinto materno te levar, tome as suas próprias decisões (nem que para isso tenha que ouvir uma meia dúzia de pessoas e ler uns 30 tópicos)! Isso faz um bem danado pra gente! Faz a gente ir de formiguinha a leoa!

Minha sogra foi super solícita quando Pietro nasceu, ficou em casa comigo por 3 dias... eu apesar de extremamente agradecida, no quarto dia recusei solenemente e fiquei em paz, eu e meu filhote, ufa! E olha que ela nem palpitava.... mas eu queria chorar se tivesse vontade, dormir se tivesse vontade... eu precisava de espaço! Agora sei que no próximo sou eu e marido e Pietro e só... a gente aprende com o instinto materno...

Outro dia Pietro estava com tosse, e foi um festival de "leva no médico", "dá mel com gengibre" e outros blablablas. E eu repetia, repetia e repetia que levar no médico sem febre não precisa, que criança que parece bem está bem, que a inalação resolveria.... e? Resolveu! Sabe pq? Pq eu conheço o meu filho melhor que ninguém e meu coração estava calmo, dizia que era apenas a mudança do tempo, e eu me ouvi e não desesperei.

Estes são apenas episódios que exemplificam que livrar-se dos palpites é essencial, ouvir seu instinto tb e opiniões são sempre bem vindas quando solicitadas!

terça-feira, 15 de junho de 2010

E eu que não amamentei...aiaiaia...

Pegando carona no post da Quel... vou contar a minha história...

No dia em íamos ter alta na maternidade, era um sábado... o maldito pediatra de plantão demorou a passar a visita - nos outros dias ele havia passado no máximo as 8 horas, naquele dia eram mais de 9 e nada... e eu estava lá como leoa na jaula, de olho grudado no meu filho que estava no berçário aguardando o maldito pedi. Quando vi meu filho começar a chorar pelo vidro, eu pedi (ou ordenei?) a enfermeira que colocasse uma roupa nele e desse ele para mim! Gritei, chorei enfim... escândalos bem típicos de mim mesma...kkk nesse meio tempo a GO que ia me dar alta apareceu e buscou me acalmar, ela vinha junto com o pedi, ufa! Ela disse: venha, vou te examinar, nesse tempo ele olha o Pietro e logo ele vai pro quarto... olhei pro Pietro, não estava mais chorando, ok... me acalmei e fui pro quarto. Quando a enfermeira veio trazê-lo, a médica perguntou: ele está de alta né?! E a enfermeira: Não!

Ah, mulekeeeeeeeeeee... meu mundo caiu... desabei a chorar.. eu só pedia para a médica: sem ele eu não saio daqui!! E ela dizia, calma... vou resolver, calma...

2 longos e enormes minutos depois, a GO volta e conta que o pedi (sim, o maldito) se enganou...

ufa! enfim... entre mortos e feridos, salvaram-se todos e fomos pra casa.

Conto esse episódio pq eu acho que a minha "falta de leite" pode ter começado aí... um ocorrido de stress, enfim... chegamos em casa e o Pietro não dormiu mais! Por 24 horas ele mamava, mamava e mamava... cochilava por 5 minutos no máximo e mamava, mais e mais...
nos intervalos eu tentava ver se tinha leite e não saía nada... até que na madrugada ele passou a chorar sem parar fosse no peito, fosse no colo.... chorava, chorava...
e eu num momento de desespero, de pensar no meu filho tão novinho, enfrentando tanta coisa e ainda com fome... não me aguentei: vai na farmácia e compra NAN!

Desisti fácil? Talvez... hoje eu até acho que sim... mas naquela hora, naquele momento era o meu limite... o limite da família... ver meu filho chorando por horas a fio, eu não consegui... o fato é que com o NAN ele dormiu, 2 horas e pouco... depois acordou e foi pro peito... e fui complementando com NAN, sem deixar de amamentar nem que fosse um pouco...

Não acho que fiz O certo... mas digo que fiz o MEU certo.. fiz o que eu pudia para amamentar nem que fosse um pouco - chá, canjica, homeopatia, remédios... e amamentei até os 4 meses quando fui trabalhar - onde eu sabia que não teria tempo para ordenhar e o que ele mamava era tão pouco.. pena...

Hoje eu milito para divulgar a mulheres que como eu, podem um dia chegar no seu limite, que vale ter mais calma, mais preseverança, mais fé em si... vale insistir, vale amamentar sim!! Eu adoraria ter hoje o Pietro mamando, deve ser uma delícia! para os dois... quisera eu! Mas no próximo eu consigo... ah, consigo!!

Apesar disso graças a Deus e aos meus cuidados Pietro é uma criança extremamenta saudável, nunca ficou realmente doente e dificilmente pega gripinhas ou outra coisa... mas sei o pouco do meu leite que eu dei a ele contribuiu para isso... AMAMENTEM MENINAS!

É um ato de amor, perseverança... que vale a pena!!

Amamentação prolongada: o desmame e a desforra.

Na Foto: Apaixonada mamãe e Saroca mamando na festinha de 1 aninho.

Ponderando sobre o que escreveria nesse monoto finalzinho de tarde pós jogo do Brasil lembrei de quando amamentava minha prole...

Vencidos os 6 meses de amamentação exclusiva, segui batalhando com o mundo. É difícil entender como o mundo se ofende com a amamentação: Pediatra, mãe, avó, desconhecidos. Tive apoio mesmo foi de minha sogra e do marido, mas enfim, o mais difícil tem sempre um gosto melhor!
Confesso que sempre foi muito cômodo, levar o tetê pendurado é muito mais fácil que carregar pote de leite, mamadeira, esterelizar, lavar, secar, esquentar. E depois, quando sobra? Lixo!

Pois sim, sempre foi muito mais cômodo sacar o tetê em qualquer lugar, acomodar no Sling e deixá-la mamar com privacidade, como uma boa mamífera e adepta a amamentação.

Doamos leite sim, a uti tocou meu coração em se tratando da doação de leite materno, foi simples e o leite era suficiente para estocar, doar e amamentar. Lógico que para isso tive o suporte de uma bomba de ordenha elétrica que valeu cada centavo gasto.

Enfrentamos empedramentos quando, após um ano, voltei ao trabalho, mas vencemos e nos adaptamos, ficaram a mamada da manhã, a depois do jantar e as mamadas noturnas que eram eternas. Já mal acordava, e nesse ponto preciso confessar também que a cama compartilhada me ajudou muito. Ela mamava e eu dormia.

Mamava assim, deitada, largada, enchia a barriguinha e quando satisfeita dava as costas para mim e continuava a dormir. De fato essas mamadas noturnas compensavam a minha falta do dia, e analisando agora acredito que me sentia menos culpada dessa forma.

Tiradas as mamadas do dia, diminuíram-se as mamadas da noite. Final de semana era comida zero!!!!! A mãe por perto sempre foi sinônimo de mama. E posso, por assim dizer que até hoje, com quase dois anos e desmamada há 5 meses, continuamos na mesma ladainha sempre que me vê ela quer leite, mesmo sendo na mamadeira. Bom, mas manhas a parte, voltemos ao desmame... foi gradual até que por fim, minha mãe achou por bem me desmamar. Ah Sim, porque a desmamada fui eu não Saroca.

Foi triste, foi infinito, doeu, chorei e até hoje sinto falta. Sinto saudade daquele olhar que era só meu, do momento em que somente eu podia suprir a necessidade daquela bebê. Mas aconteceu!


Para ela, foi simples. Alguns dias reclamando. A primeira semana foi mais complicada. A segunda ela só pedia ao me ver sem roupa, e logo esqueceu. E Passou! Assim como todas aquelas fases gostosas, que pareciam infinitas, acabou-se! Amamentei por 1 ano e 6 meses, amei cada segundo, cada madrugada, cada mamada.

Hoje, saudosa me orgulho de ter insistido, passamos ilesas a resfriados, invernos e tudo mais.

Ela foi prematura, mas tem a saúde de ferro, graças ao Senhor Jesus que me deu muito, muito e muito leite materno!!

domingo, 28 de fevereiro de 2010

A maternidade prá mim

Não sou muito boa com palavras, mas vamos lá...



Sou o tipo de pessoa que curte muito viver, sempre quis aproveitar cada minuto da minha vida, e achava que um filho atrapalharia essa vida intensa que eu levava...

Achava que não levava jeito para ser mãe, que jamais acordaria com o choro de um filho, e sempre protelei a maternidade...

Um dia encontrei meu príncipe encantado, e brincávamos que quando casássemos e o Pedro chegasse... fariamos assim ou assado... o tempo foi passando, e eu colocando prioridades em minha vida, atrasando a chegada do Pedro... sim, SEMPRE SOUBE QUE SERIA MÃE DE UM MENINO, e que ele se chamaria Pedro...

Um dia, o relógio biológico deu sinais, e a vontade de ser mãe bateu, decidimos que era chegada a hora, naquele momento ou então atrasaríamos novamente a chegada dele... E assim fizemos, na 2ª tentativa engravidei, Pedro veio do jeitinho que sempre sonhei...e assim conheci a comunidade Grávida do meu 1º Filho e essas mães maravilhosas que hoje chamo de amigas...

Com elas aprendi a ser a mãe que sou, uma leoa se preciso for...

Acordei noites e noites para amamentar o meu rebento e ainda acordo quando necessário... Troquei as baladas, por noites calmas ...

Nunca tive muita paciência com certas coisas, mas por ele tenho toda a paciência do mundo... lavo, passo e cozinho por ele...

Me preocupo com a sua alimentação, com seu bem estar...

E digo a todo mundo que não tem coisa melhor do que um sorriso dele...

A maternidade traz ônus, mas o bônus é compensador...

A maternidade me transformou, hj quero um mundo melhor, para que ele cresça feliz, hj penso em educá-lo para que torne o mundo melhor.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

As voltas que a mente dá...

Desde muito cedo, lá pelos meus 7 ou 8 anos, eu decidi que teria uma menininha chamada Laura. Os motivos da escolha do nome foram, essencialmente, dois, que vou contar para vocês. Eu tenho uma tia, a qual costumava contar histórias para mim, quando eu estava com uns 3 anos, e as histórias, invariavelmente, tinham como personagem principal a menina “Laurinha” também de 3 anos, que fazia absolutamente tudo igual ao que eu fazia. A garota, nas histórias da minha tia, era uma peste. Mas eu, óbvio, adorava e me divertia com o meu alter ego. Quatro anos depois desta fase, fui apresentada a uma coleção de livros que, leitora voraz que já era, não consegui largar até completar a leitura do último livro. A coleção contava a saga de uma família colonizadora norte-americana, cuja personagem principal se chamava... Adivinhem? Laura Ingalls. Acompanhei avidamente o crescimento e a formação do caráter daquela menina independente, íntegra e firme em suas posições e ali decidi que teria uma filha e ela se chamaria Laura. Naquela época, nem me passava pela cabeça que poderia vir um menino! E, assim, os anos foram passando, a adolescência dando lugar à vida corrida, responsabilidades, faculdade, relacionamento, casamento, construção do lar, e os sonhos foram ficando para trás, esquecidos e renegados. Acabei desistindo de ter filhos, guardei todas essas histórias num lugar bem escondido da minha mente e segui em frente. Namorei 6 anos, casei, permaneci casada por uns 5 anos, sem mexer com essas emoções, até que, como acaba acontecendo com a grande maioria das mulheres, o relógio biológico começou a bater descontroladamente, diria mesmo que começou a gritar, e acabei mudando de idéia, reunindo a coragem necessária para ter um filho. As lembranças não vieram de imediato, e, devo confessar, nem fui eu quem sugeriu o nome Laura. Foi o pai quem o fez, sem saber de todas essas histórias. E isso só me deu mais certeza de que eu estava no caminho certo, de que toda a minha vida fora destinada a este momento, a ter uma filhinha conforme eu sonhava desde a infância, uma filhinha com os mesmos olhos grandes, firme, voluntariosa e independente, aberta e feliz com a vida, mesmo com todos os percalços. Como é bom vê-la, dançando sozinha nos bailes da vida, firme e segura de si, como só aqueles que sabem o que querem conseguem ser. E como é bom vê-la descobrir as coisas e crescer, para tornar-se a mulher que também ela está predestinada a ser, me enchendo de orgulho, como já o faz desde a tenra infância!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

A mulher, a mãe, a esposa

Maternidade é uma desafio e tanto por si só... são duas pessoas estabecendo um vínculo sendo que as duas estão passando por duas das maiores transformações da vida de um ser humano (nascer e dar vida a outrem).


Na minha opinião a maternidade é o maior presente que uma mulher pode se dar, uma experiência única, transformadora e enriquecedora. Só que infelizmente (ou felizmente?) o mundo não para quando nos tornamos mães, permitindo que possamos curtir e nos adaptar a maternidade. Acredito que muitas como eu tinham a suprema vontade de que, ao voltar da maternidade, o mundo se resumisse a você e seu bebê... mas como eu disse não ocorre bem assim.


A maternidade nos coloca às voltas com uma palavrinha de que quando adolescentes (pelo menos eu) fugimos muito: equilíbrio, aliás eu acredito que essa seja uma das palavras chave da maternidade... é preciso aceitar e lidar com o fato de que sim, seu bebê nasceu mas o mundo continua a girar. Você ainda tem necessidades e vontades como tinha antes, seu marido continua sendo um homem que precisa se você e você também precisa dele, e somado a tudo isso você precisa cuidar do seu filhote...


É fácil? Não mesmo... mas basta um pouco de boa contade, muita habilidade para conseguir como uma boa malabarista, dar conta do recado. Sim mamãezinha fresca você pode fazer as unhas, você precisa curtir o marido, você vai querer comprar uma blusa nova... e não, isso não é crime!



Demorei um tempo para entender que o fato de ser totalmente devotada ao meu filho não me tira a vontade de estar bonita, me vestir bem, conversar com as amigas... filhos complementam a vida, ou seja vida não se resume a eles, mas sim neles. Como é bom poder olhar as minhas mãos e ver as unhas feitas, a pele macia... ter os cabelos bem penteados... só que realmente no começo a gente fica parecendo um espantalho...kkk... de pijama o dia todo, nem lembra que tem cabelo e unhas, para que servem mesmo? para roer! só pode ser!....kkk



O primeiro mês com um bebê tende a ser complicado pelos motivo que já expliquei acima, e realmente eu acho que dedicar-se ao seu filho nesse momento é mais simples e indicado... e nesse momento pode parecer que o mundo vai acabar, que nunca mais você voltará a ser mulher, que será eternamente a mãe do bebê... mas fique calma, a melhor coisa sobre o primeiro mês é que ele acaba...kkk... e com o tempo você e seu bebê irão se entender, ele irá se entender com o mundo, e você poderá voltar a fazer as unhas, olhar-se no espelho, virar mulher de novo.

E embora seja difícil temos sempre que nos policiar, porque marido merece a nossa atenção, os amigos tb e nós tb... e dar essa atenção a todos é benéfico para nós e acima tudo para o nosso bebê que tem uma mãe mais alegre, leve e feliz!

PS.: Peço desculpas se o post ficou confuso... foi interrompido algumas "par" de vezes...kkkk

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Cama compartilhada


Então, como prometido há alguns dias, vamos falar sobre cama compartilhada...
Cama compartilhada é a prática de dormir na mesma cama que o bebê. Existe um debate considerável sobre essa prática, não podendo desmerecer nenhum dos lados pois enquanto alguns pais defendem a privacidade do casal apresentando o bebê para o seu berço logo ao chegar da maternidade, outros lutam pelo contato entre mamãe e bebê em 100% do tempo.
Se pararmos para pensar que na natureza as mães mamiferas afastam-se de sua prole somente para alimentar-se, então fica simples de entender.

Existem vantagens comprovadas em estudos que demostram a maior adesão a amamentação visto que a prática de cama compartilhada facilita muito as mamadas noturnas evitando o deslocamento da mamães até o berço e permitindo amamentar na posição deitada trazendo maior conforto para ambos.

Outra grande vantagem da cama compartilhada citada nos estudos é a diminuição de incidência da síndrome de morte súbita que tem maior freqüência em bebês menores de um ano. A mãe estando alerta aos menores movimentos do bebê corrige seu posicionamento durante o sono.
Outros estudos vão mais longe ao afirmar que crianças que tem contato constante com seus pais são mais seguras, uma prova disso é que todas as crianças que dormem com os pais dispensam o objeto de transição, aquele paninho, ursinho ou travesseirinho no qual as crianças se apegam na hora de dormir.

Lógico que existem várias histórias tristes em que mães sonolentas sufocaram seus próprios bebês durante o sono, no entanto os pais que escolhem a prática da cama compartilhada devem considerar e respeitar alguns limites de segurança:

- Jamais fazer a cama compartilhada quando um dos pais faz uso de álcool, drogas e medicações que causam sonolência e extrema exaustão ou que causam tontura.

- É sempre mais seguro colocar o bebê para dormir entre a mãe e a parede ou grade de segurança, a mãe que normalmente é mais alerta, acordará ao menor sinal de necessidade do bebê, o que não acontece com os papais que tem o sono mais profundo.

- Mães com sono pesado não devem fazer a cama compartilhada.

- O uso excessivo de cobertor e travesseiros extras devem ser minimizados uma vez que podem obstruir o fluxo de ar para o bebê. Colchões de água são totalmente contra-indicados na prática da cama compartilhada.

- Evitar espaços entre a cama e parede, assim não há perigo de queda do bebê. Evitar grades com grandes lacunas e sofás já que o bebê pode colocar o rosto entre suas almofadas.

- Mães muito obesas ou com a mama muito grande devem ter o correto posicionamento para amamentar deitadas, deixando sempre uma área livre para o bebê respirar.

- Com o passar do tempo e desenvolvimento do bebê novas técnicas de segurança devem ser desenvolvidas pelos pais visto que a partir de certa idade o escalar, engatinhar e rolar tornam-se freqüentes.

Pessoalmente gosto muito da prática. Nossa experiência foi um tanto diferente por causa do nascimento prematuro da pequena e a maior freqüência de amamentação ficando com intervalos religiosos de 2 horas para aumentar o ganho de peso e minimizar o refluxo. Após a estadia na UTI somente tivemos o contato mãe-bebê exclusivo no segundo mês, que foi assim por dizer exaustivo. Logo adotamos a prática da cama compartilhada, tomando todas as medidas de segurança.

Quanto a acordar, depois do nascimento de minha filha meu sono tornou-se extremamente leve, ao menor sinal de movimento da bebê eu acordo. Confesso que amamentar deitada no começo foi um dilema, mas assim que pegamos o jeito tudo fluiu naturalmente. Hoje, um ano e meio depois, ainda somos adeptas da cama compartilhada, principalmente porque o papai trabalha em período noturno e temos a cama de casal todinha só para nós duas.


REFERÊNCIAS:
McAninch, J., Sleep and arousal patterns of co-sleeping human mother/infant pairs: a preliminary physiological study with implications for the study of sudden infant death syndrome (SIDS), Am J Phys Anthropol, 83(3):331-47 1990 Nov.

McKenna J; Mosko S., Richard C., Bedsharing promotes breastfeeding, Pediatrics, 100(2 Pt 1):214-9 1997

McKenna J; Mosko S; Richard C; Drummond S; Hunt L; Cetel MB; Arpaia J, Experimental Studies of infant-parent co-sleeping: mutual physiological and behavioral influences and their relevance to SIDS (sudden infant death syndrome), Early Hum Dev, 38(3):187-201. 1994 Sep 15).